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Sessão na Câmara dos Deputados celebrou os 500 anos da Reforma Protestante

 

A Câmara dos Deputados realizou, na última terça-feira, 31 de outubro, uma sessão solene para celebrar os 500 anos da Reforma Protestante, com discursos de parlamentares e pastores, além de apresentações de cantores gospel.

O requerimento para realização da sessão solene foi feito por um grupo de parlamentares, incluindo o deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR), presidente da bancada evangélica. Na ocasião, a sessão também celebrou o Dia Nacional de Proclamação do Evangelho.

“Está na hora de questionarmos os últimos acontecimentos. Assim como Martinho Lutero, precisamos resistir. Não podemos ignorar ou aceitar as ideias deturpadas de liberdade que muitos vêm pregando por aí… Não aceitamos ditadura de maioria, muito menos de uma minoria que agride a Palavra de Deus”, enfatizou Takayama.

Os deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Jefferson Campos (PSD-SP), Geovania de Sá (PSDB-SC), Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), Pastor Eurico (PHS-PE), Fábio Santos (PTN-AC), Benedita da Silva (PT-RJ) e Arolde de Oliveira (PSC-RJ), entre outros, discursaram sobre o advento do movimento que pôs fim à Idade Média, transformando a relação entre o Estado e as religiões, além de fazer nascer uma nova tradição cristã.

Geovânia de Sá destacou que o Evangelho é “a maior esperança de salvação e transformação na vida do homem”, e sendo assim, é preciso aplicar “as lições de Cristo no relacionamento com a família, amigos, Nação e Igreja”, e concluiu: “Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”.

O pastor e deputado federal Sóstenes Cavalcante, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), lembrou que os princípios de Direitos Humanos, reforma agrária e escolas públicas nasceram com a Reforma Protestante, e rejeitou o discurso de que essa é uma ideia comunista.

O deputado Pastor Eurico, da Assembleia de Deus em Pernambuco, comentou que “se hoje Lutero estivesse vivo, com certeza iria tentar uma Reforma na Igreja Protestante no Brasil”, pois “muitas denominações usam o nome de Deus, mas suas práticas são semelhantes a da Igreja dominante na época”.

“As conquistas espirituais são importantes, mas não podemos deixar de citar as conquistas sociais e políticas. Liberdade de expressão, inovação na educação, diferenciação entre Estado e religião, as crenças democráticas e as revoluções. Tudo foi influenciado pela Reforma Protestante”, disse o deputado Fábio Santos (PTN-AC).

As cantoras Soraya Moraes e Lilian Duarte se apresentaram durante a sessão, e os pastores Egon Kopereck, presidente da Igreja Luterana do Brasil, e César Augusto, apóstolo da Igreja Fonte de Vida, propuseram reflexões sobre as lições que a Reforma Protestante deixou e que podem ser aplicadas em discussões atuais no país.

“Somos muito agradecidos pela homenagem, mas gostaríamos mesmo que os objetivos, as lutas, os ideais fossem praticados em nosso dia a dia, assim, quem sabe aquele lema tão bonito da nossa bandeira nacional – Ordem e Progresso – possa ser alcançado”, afirmou o pastor luterano Egon Kopereck.

Socialista

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) compareceu à sessão e fez um pronunciamento que surpreendeu a muitos no Plenário, dada a postura de enfrentamento aos cristãos adotada por seu partido.

Alencar se disse um cristão e afirmou que a fé “implica em dúvidas e questionamentos”, e que por isso, “Deus não pode ser aprisionado por nenhuma instituição”, o que deveria ser traduzido em forma de respeito às demais religiões.

O ápice de seu discurso expôs seu ponto de vista, caracterizado pelo pensamento de união inter-religiosa, repetindo um dos lemas do marxismo: “igualdade e liberdade”.

Gospel+   1 de novembro de 2017