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Após ser preso, cristão condenado à morte por “blasfêmia” contra Maomé é inocentado

 

Uma decisão rara! Foi assim que classificou o Gerente Regional da International Christian Concern para o Sul da Ásia, William Stark, a decisão tomada pelo Tribunal Superior de Lahore, no Paquistão, em favor do cristão Sawan Masih, condenado à morte por “blasfêmia” contra Maomé.

Após ter ficado seis anos preso, Masih foi inocentado no último dia 6 passado. O Tribunal considerou que a acusação contra ele não tinha evidências suficientes para condená-lo.

O cristão foi condenado em 27 de março de 2014 por ter supostamente blasfemado do profeta islâmico Maomé durante uma conversa com um amigo, conforme noticiou na época o Gospel Mais. Ele teria dito o seguinte:

“Meu Jesus é genuíno. Ele é o Filho de Allah. Ele vai voltar enquanto o seu Profeta for falso. Meu Jesus é verdadeiro e dará a salvação”.

Um dia depois, cerca de 3.000 muçulmanos atacou o bairro cristão de Joseph Colony, saqueando lojas e destruindo casas, segundo informações do Premier Christian News. Agora inocentado das acusações, Masih ainda não poderá viver completamente sossegado, dado aos riscos que poderá enfrentar nas ruas.

“Nós aqui da International Christian Concern estamos felizes em ver Sawan Masih finalmente absolvido e libertado após seis longos anos de prisão”, afirmou Stark.

“É raro ver um caso de blasfêmia de alto perfil contra um cristão resolvido com justiça no Tribunal Superior do Paquistão. No entanto, continuamos profundamente preocupados com a segurança de Sawan e sua família. Extremistas no Paquistão são conhecidos por alvejar indivíduos acusados de crimes religiosos, como blasfêmia, mesmo que tenham sido absolvidos”, frisou o ativista.

Acusação de “blasfêmia”

Como se a falta de liberdade religiosa, opinião e de consciência não bastassem no país, o Paquistão também possui leis contra a “blasfêmia”, algo que frequentemente é utilizado falsamente, visto que o conceito é subjetivo e pode servir para prejudicar pessoas que divergem da visão islâmica, a exemplo do caso dos cristãos.

 “O abuso das leis de blasfêmia do Paquistão deve ser reprimido e falsas alegações devem ser erradicadas e punidas. Muitas vezes, essas leis têm sido uma ferramenta nas mãos de extremistas que buscam incitar a violência de motivação religiosa contra as comunidades minoritárias”, explica Stark.

“Sem uma reforma real, as minorias religiosas, incluindo cristãos, enfrentarão mais acusações de blasfêmia falsa e a violência extrema que muitas vezes acompanha essas acusações”, conclui.

Gospel+