No Evangelho de João encontramos um relato sobre um homem chamado Natanael, que fora levado por Felipe, um dos discípulos do Senhor, para se encontrar com o Senhor Jesus. Quando Natanael se aproximou de Jesus, o Senhor fez a revelação de uma faceta do caráter daquele homem – um verdadeiro israelita em que não havia dolo. Quando Jesus disse aquilo, Natanael admirou-se muito e lhe perguntou donde o conhecia. Jesus respondeu que o vira debaixo de uma figueira. Essa poderosa revelação quebrantou o coração daquele homem que fez de imediato a sua profissão de fé. “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel” Jo 1.49.
Amados, essa revelação que Jesus fizera sobre a vida de Natanael nos fala de um dos grandes atributos naturais de Deus que é a Sua onisciência, ou seja, Ele conhece todas as coisas – o passado, o presente e o futuro. Conhece as coisas que estão ocultas e as reveladas, inclusive o que se passa no coração do homem. No Salmo 139, que é um dos salmos que falam desse grande atributo da divindade, encontramos: “SENHOR, tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó SENHOR, tudo conheces. (Sl 139.1-4). Em Hebreus 4.13, o escritor sacro nos diz que não há criatura alguma encoberta diante de Deus e que todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem havemos de tratar. No livro de Apocalipse, quando o Senhor Jesus se apresentou às sete Igrejas da Ásia Menor, Ele se revelou como aquele que conhecia as suas obras, e que nada escapava do Seu olhar perscrutador -. isso é dito sete vezes. O apóstolo Paulo ferindo também o assunto, nos falou de um dia quando Deus vai julgar os segredos dos homens.
Essa revelação de que o Deus verdadeiro é onisciente, de que sonda o coração de todos os homens, e de que nada escapa ao Seu conhecimento, deve trazer um profundo temor ao nosso coração, e uma grande responsabilidade de andarmos em sinceridade diante do Deus.
Depois de ser impactado com a revelação que o Espírito Santo lhe estava dando quando escreveu o Salmo 19, que fala da grandeza de Deus na obra da criação, bem como da revelação divina através de Sua Palavra, O rei Davi desconfiado da sua santidade interior, em oração ao terminar esse Salmo, disse: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno” Sl 19.14; e quando ele terminou o Salmo 139, fez essa famosa declaração: “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, Rocha minha e Redentor meu!”. Sl 139.23,24
Rev. Eudes Lopes Cavalcanti
Pastor Titular da III IEC/JPA