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A CRENÇA DE UM HOMEM

Jó foi um grande homem de Deus. Viveu esse homem na era patriarcal sendo, portanto, contemporâneo de Abraão, onde a revelação que Deus até então fizera de Si mesmo, estava naquela fase da transmissão oral, portanto de forma embrionária, mas suficiente para um homem ter uma visão profunda de Deus, isto pela instrumentalidade do Espírito Santo.

Através do livro de Jó, escrito por Moisés, percebemos como era a fé desse ilustre servo de Deus, que ficou imortalizado pela sua paciência. Diz-nos o texto sagrado do perfil desse homem que era sincero, reto e temente a Deus e que se desviava do mal (Jó 1.1), perfil esse testificado pelo próprio Deus.

No livro que leva o seu nome, encontramos que Jó cria na existência de um único Deus Verdadeiro que deveria ser reverenciado, adorado, temido e servido. Jó também cria na soberania de Deus em dá o que quisesse a alguém, e tirar também quando achasse conveniente. “... o Senhor o deu, e o Senhor o tomou; ...” Jó 1.21. Cria ainda Jó que Deus era Todo-Poderoso, isto é, que tinha todo o poder e que Ele usava esse poder, através da sua Providência, para dispor as coisas para todos, especialmente, para aqueles que criam nEle. Jó também cria que Deus fazia coisas grandes, que se não podiam esquadrinhar, e maravilhas tais que se não podiam contar (Jó 9.10). Jó também acreditava que Deus, e só Ele era o seu redentor, e que esse redentor era um redentor vivo e poderoso. “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” Jó 19.25. Jó ainda cria num Deus sábio que fez todas as coisas com sabedoria, e que está escrevendo a história da vida dos homens, mesmo sem eles perceberem (Jó 9.4; 21.22-25). Jó também tinha a crença num Deus que é uno e trino ao mesmo tempo, quando fez referência ao próprio Deus (Pai) em diversas ocasiões identificando seus atributos; ao Deus redentor vivo que iria aparecer na terra (o Filho de Deus encarnou e morreu para redimir o homem da escravidão do pecado) Jó 19.25; e ao Espírito Santo que ornou os céus com a sua sabedoria (Jó 26.13), e que colaborou na confecção do homem, naquele ato da criação (Jó 33.4). Jó ainda acreditava que era um pobre e miserável pecador, e que precisa da graça desse maravilhoso Deus para ser perdoado e restaurado. “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza” Jó 42.5,6.

E nós irmãos? Será que temos uma fé parecida com a que Jó teve? lembremo-nos de que esse homem passou as maiores agruras que alguém poderia passar: perdeu dez filhos de uma só vez, quando foram soterrados por um desabamento da casa onde comemoravam uma festa de aniversário. Era muito rico, mas perdeu todos os seus bens num golpe através de outro. Bens esse que foram tomados à força por bandos saqueadores (sabeus e caldeus) e destruídos por intempérie natural (fogo que desceu dos céus); e por fim perdeu a saúde quando foi atingido por uma terrível enfermidade. Apesar desses terríveis males que atingiram a vida de Jó, ele não perdeu a fé no Deus em que cria. “O Senhor o deu, o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor”.

Tiago, o irmão do Senhor enaltece a fé e a paciência desse patriarca, dizendo: “Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” Tg 5.11.

Apreendamos a confiar mais no Senhor, amados, seja em que circunstância for, e seremos em tudo vitoriosos.

Rev. Eudes Lopes Cavalcanti

Pastor Titular da III IEC/JPA