Tamanho da letra:

Carta Aberta de um Pastor aos Oficiais de uma Igreja Congregacional

Caríssimos Irmãos. Graça e Paz!

        Como Pastor Titular da III IEC/JPA sinto-me extremamente honrado em tê-los como companheiros e colegas no ministério que Deus estabeleceu aqui no bairro do Geisel, através da nossa Igreja.

     Olhando para as Sagradas Escrituras podemos perceber que é grande o privilégio que Deus nos deu em Cristo de termos sido escolhidos, dentre centenas de irmãos, para ocuparmos posição de liderança no meio de nossa comunidade evangélica. Ser escolhido por uma Igreja para ser pastor, presbítero ou diácono é coisa muito grande no plano de Deus, considerando que a Igreja na sua expressão local é uma instituição divina. Os privilégios e o prestígio são grandes, as recompensas também.

    Todos nós sabemos que os privilégios que são dados por Deus são acompanhados de responsabilidade correspondente. Deus aos nos constituir ministros de Sua Casa (Igreja), o que é o maior de todos os privilégios eclesiásticos, nos deu também a responsabilidade de cuidar de sua igreja na área para a qual fomos escolhidos.

   Além do cuidado com a Igreja que devemos ter, com o seu ministério, com as suas atividades, requer-se outras coisas mais de nós. Os irmãos da Igreja têm-nos como modelo, padrão, exemplo.

   Conhecedor que sou das entranhas da Igreja e das dificuldades enfrentadas pelos irmãos oficiais venho pedir, encarecidamente em nome de Jesus, o que se segue abaixo, visando dá uma maior consistência ao ministério da III EC/JPA:

1)     Todo oficial (pastor, presbítero e diácono) deve ser assíduo aos cultos da Igreja. Tenho observado a ausência e a inconstância de alguns no que se refere a essa questão. Uns vem a um culto e a outros não, uns chegam atrasados, outros conversam muito durante o culto perdendo a benção de cultuar a Deus de uma forma que Lhe seja agradável, etc.

2)   Todo oficial deve ser um fiel dizimista, entregando a Deus aquilo que Lhe pertence (os dízimos e as ofertas) para a manutenção do seu trabalho. Reter o dízimo do Senhor, mutilá-lo, entregá-lo tardiamente não é um procedimento adequado para um crente comum quanto mais para um oficial de uma igreja (a Bíblia usa uma expressão muito mais forte para os dois primeiros casos – reter e mutilar). Sugiro para aqueles que têm dificuldades nessa área por questão de descontrole financeiro ou por outra qualquer, a fazer um planejamento para regularizar essa questão. A título de sugestão, segue abaixo duas orientações:

a)                 Por hipótese nenhuma deixar de contribuir para não cair isso no costume ou no pecado da avareza, que é igual à idolatria, segundo a Bíblia.

b)                 Separar cada mês um pouco do sustento que Deus lhe dá e entregá-lo a Igreja e mês a mês ir aumentando a quantidade até chegar aos 10% que a Bíblia fala. Foi o que fiz quando ganhava salário mínimo e quando Deus falava ao meu coração para ser fiel nos dízimos e nas ofertas. Conseguir num espaço de mais ou menos seis meses regularizar a situação e mantê-la fielmente até hoje pela graça de Deus. Assim também está fazendo um jovem de nossa igreja que nos procurou e falou de seu descontrole financeiro devido ao uso indiscriminado de cartões de créditos. Graças a Deus que esse jovem ouviu o meu conselho e está regularizando a sua situação nessa área diante de Deus e da Igreja;

3)   Os oficiais pastores e presbíteros e diáconos, especialmente os dois primeiros, não devem faltar ao culto de oração das terças-feiras, pois estamos fazendo uma oração especial que Deus mandou que fosse feita em favor dos irmãos que estão passando por dificuldades. Os oficiais que vem para o culto das terças-feiras sabem que as necessidades desses irmãos são grandes, pois praticamente todos vêm à frente quando são convidados para receber uma oração dos pastores e presbíteros da Igreja. Que não sejam os compromissos particulares ou sociais (uma gripizinha qualquer, uma visita que pode ser feita noutra ocasião, uma dorzinha de cabeça, um pequeno mal-estar, aniversários de amigos, etc) que venham nos tirar do lugar de oração quando a igreja está reunida clamando a Deus. A exceção admite-se quando ela é justificável diante de Deus como, por exemplo, uma doença significativa, viagem a serviço, problemas da família inadiáveis, prolongamento do turno de trabalho, etc;

4)   Os oficiais não devem faltar aos outros cultos da Igreja (doutrina, escola dominical, cultos de aniversários dos departamentos e congregações ou da própria Igreja). Alguns de nós só vimos uma vez no meio da semana, e olha lá quando vem. Outros não aparecem na escola dominical. Que estímulo os membros da igreja terão se os oficiais da Igreja não prestigiam os seus cultos. Que dizer da família que vê o pai que é oficial não ir para a Igreja, evidentemente que os filhos vão achar que os cultos não são relevantes na vida cristã, desprezando assim a Deus. Isso vai causar, se é que já não esteja causando, um estrago terrível na vida da família do oficial.

5)   Todos os oficiais devem orar uns pelos outros, ajudá-los em oração, principalmente se eles estiverem passando dificuldades, e nada melhor de que se reunirem nos dias convencionados para os cultos da igreja, mui especialmente nos cultos de oração;

6)   Nenhum oficial deve criticar ou falar mal de outro oficial muito menos do pastor da Igreja nem dos outros pastores mesmo se souber de alguma fraqueza na vida deles e sim ajudá-los com oração e aconselhamento. Se porventura souber de algum irmão que esteja fazendo crítica aos pastores, deve adverti-los, pois, as Sagradas Escrituras dizem num dos seus Salmos: “Não toqueis nos meus ungidos nem maltrateis os meus profetas”;

7)   Não faltar a escala de serviços a menos que surja uma situação justificável diante de Deus e assim mesmo deve comunicar ao pastor da Igreja depois de combinar com outro oficial para substituí-lo;

8)   Os oficiais diáconos quando na escala de serviço devem estar atentos aos visitantes nos cultos, levando-os aos lugares vazios do santuário para acomodá-los;

9)   O oficial quando for viajar deve avisar ao pastor da Igreja para que ele peça oração a ela por ele (o pastor da Igreja quando vai fazer alguma viagem ou pregar noutra igreja sempre comunica para onde vai).

10)  Os oficiais presbíteros foram constituídos por Deus na Igreja para ajudar ao pastor na área de pastoreio da mesma (At 20.28; 1 Pe 5.1-4), isso implica em dizer que eles devem ser assíduos e pontuais nas reuniões, especialmente nos cultos bem como na assistência aos membros e congregados visitando, aconselhando, zelando pela doutrina e sobretudo orando por eles.

11)   Lembrar aos oficiais que segundo as Escrituras o governo espiritual da Igreja está sob a responsabilidade dos pastores e presbíteros efetivos; o governo eclesiástico ou das outras atividades da Igreja é de responsabilidade das diretorias dos departamentos eleitas pela assembléia da mesma, sob a orientação geral do pastor da Igreja. Os oficiais diáconos devem se conformar com o ministério dado por Deus a eles que é de cuidar da beneficência, tomar conta da casa do Senhor quando estiver de escala nos cultos, distribuir a Ceia do Senhor e outras atividades próprias do ministério diaconal.

Peço aos irmãos que não se constranjam com essa carta nem fiquem chateados com o pastor da Igreja, mas, que a considerem como uma manifestação do zelo do Senhor por aqueles que foram privilegiados por Ele com tão importantes funções dentro da Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo.

João Pessoa, 29/11/09 - Pr. Eudes Lopes Cavalcanti - Pastor Titular da III IEC/JPA