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LIDERANÇA CRISTÃ

 

 

 

 

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

 

 

 

 

 

 

 

UNIDADE I

 

 

LIDERANÇA NATURAL

(Um pouco da História)

 

 

Desde que o homem começou a viver em grupo teve a necessidade de usar a liderança, mesmo empiricamente, sem ter consciência do poderoso instrumental que estava usando, para manter a coesão do grupo e fazê-lo atingir os seus objetivos.

Aquele homem que teve a idéia e deu o arranque para que a sua geração construísse a Torre de Babel, certamente, era um líder nato, pois conseguiu uni-la e motivá-la na consecução do objetivo comum. "... Eia edifiquemos nós a cidade e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra”. Gn. 11.4.

O termo liderança foi utilizado desde os tempos antigos pelos gregos e latinos. Os gregos usaram os verbos archein, que tem o sentido de começar, dirigir e governar e prattein, que significa atravessar, terminar e realizar. Já os latinos usavam os verbos agere que significa por em movimento, conduzir, e genere, cujo significado inicial era levar.

Platão (427 - 347 a.C.), um dos mais conceituados filósofos gregos, chegou a determinar a ação da liderança, quando afirmou que o chefe (líder) não precisava agir (executar), limitando-se a governar aqueles que eram capazes de executar as suas determinações.

Durante a idade média o conceito de liderança ganhou um ingrediente novo com Maquiavel (1469 - 1527), sábio italiano, pensador, político, escritor do livro "O Príncipe". Segundo ele, o líder poderia usar todas as técnicas que a inteligência permitisse, inclusive, a malícia e a astúcia, desde que os objetivos dele fossem alcançados. Em outras palavras, atingir os fins sem importar os meios. Este conceito de liderança foi esposado pelos grandes ditadores que o mundo conheceu, dentre eles Hitler, Stalin, Mussolini, Salazar, Franco, etc.

Thomas Carlyle (1795 - 1881), escocês, historiador, crítico, escritor, depois de estudar a história concluiu que as massas eram semelhantes a formigueiros, conduzidas por homens iluminados, superdotados, que com inteligência e coragem tinham o poder e habilidade de impor aos outros a sua forma de viver e entender a vida.

John Stuart Mills (1806 - 1873), inglês, filósofo, economista, defendeu a tese de que as organizações estruturadas, burocratizadas, tendiam a inibir o surgimento de grandes lideranças, pois os grupos seriam manipulados por sistemas e não por pessoas.

Foram os norte-americanos que mais estudaram e desenvolveram as técnicas de liderança, quer para usá-las em suas organizações produtivas, quer para usá-las em suas organizações políticas, militares e religiosas.

 

A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DAS TÉCNICAS DE LIDERANÇA

 

O estudo das técnicas de liderança é imprescindível para o mundo em que estamos vivendo, pelas seguintes razões: a) Hoje mais do que em qualquer outra época, o povo está se conscientizando rapidamente do seu valor, do espaço que ocupa, graças aos meios de comunicações de massas. Principalmente por parte dos jovens, existe um crescente movimento contestador a todos os tipos de autoridades, sejam elas política, militar, religiosa, empresarial, cultural, esportiva e até tecnológica; b) A chefia sem a capacidade de liderança torna-se cada vez mais difícil e não permanente, desgasta-se rapidamente, mesmo naquelas instituições de disciplina tradicional como a religiosa e a militar; c) Devido à idéia da democratização permeando todos os segmentos da sociedade, especialmente no serviço público e nas instituições sem fins lucrativos, fica cada dia mais difícil aplicar qualquer tipo de poder coercitivo nesses segmentos, visando uma agilização na prestação de serviço; d) Face ao grande número de variáveis na tomada de  decisões e às complexidades delas, as pessoas estão cada vez mais despreparadas; e) A pessoa despreparada, mesmo inteligente, quando investida em cargo de chefia, chega rapidamente ao seu limite de incompetência. É extremamente necessário que se disponha de qualificações proporcionadas pelo conhecimento das técnicas de chefia e liderança. f) A possibilidade da melhora de desempenho de chefes e líderes quando de posse das técnicas de chefia e liderança, inclusive daquelas que dizem respeito à motivação do ser humano; g) O ferramental posto à disposição dos administradores através da Psicologia Social, que permite uma compreensão melhor do ser humano no que diz respeito ao relacionamento interpessoal.

 

DEFINIÇÃO DE LIDERANÇA

 

Nos compêndios de administração encontramos as mais diversas definições de líder. Conheçamos algumas delas:

- “Líder é aquele que é seguido mesmo não dispondo de qualquer chefia ou autoridade estatutária, porque consegue ser aceito e respeitado, porque é capaz de unir o grupo, representá-lo e de levá-lo coeso à perseguição dos anseios comuns, de manter um bom relacionamento e, além disso, possui grande identificação com os seus companheiros".

- "Liderança é o processo de direção e influência das atividades relacionadas às tarefas de membros de grupos".

- "Liderança é a influência, isto é, a habilidade de uma pessoa influenciar outras".

- "Liderança pode ser definida como sendo aquela qualidade num homem, que inspira suficiente confiança a seus subordinados de modo a aceitarem suas idéias e obedecerem a seu comando".

- "Líder é o homem que conhece o caminho e sabe manter-se à frente, trazendo outros após si".

Merece destaque nos conceitos estudados as expressões: "ser aceito”; "respeitado"; "capacidade de unir o grupo";   "manter bom relacionamento"; "identificação"; "comandar"; " Levar o grupo a consecução dos objetivos";  "influenciar"; " inspirar confiança".

 

 

UNIDADE II

 

 FATORES DETERMINANTES DA LIDERANÇA

 

É importante que todos tenham em mente que existem diversos fatores que dão ocasião, ou influenciam o surgimento de líderes nas mais diversas atividades da vida, e que aqueles que exercem liderança deve conhecê-los.

 

            a) As Necessidades Humanas

 

 A liderança é feita “em cima” de seres humanos e não em cima de máquinas ou animais irracionais. Assim sendo, é de fundamental importância que o líder conheça, em linhas gerais, as coisas que motivam os seres humanos. Uma das teorias mais aceita sobre as necessidades humanas foi a desenvolvida por Abraham Maslow, publicada em seu livro "Motivação e Personalidade", em 1954. A teoria de Maslow pode ser resumida numa escada ou pirâmide motivacional em que poucos conseguem chegar até o topo. "Na base que suporta a estrutura psicológica começam as necessidades fisiológicas; seguidas das necessidades de segurança; necessidades de aceitação; necessidades de prestígio ou posição (status); necessidade de auto-realização".

 

 

  

 

 

                             A PIRÂMIDE DE MASLOW COM EXPLICAÇÃO

 

É muito importante que todos entendam que as necessidades, conforme estão hierarquizadas por Maslow tendem a condicionar o comportamento dos indivíduos.

 

 

 

b) Tipos e Características dos Agrupamentos Humanos

 

Outro fator determinante do tipo de liderança a ser usado são os agrupamentos de pessoas, tão bem estudados pela Sociologia. Todo líder deve ter uma noção exata dos conceitos de grupo, turma, multidão, e turba.

 

Grupo - “É um conjunto de pessoas aglutinadas em torno de um objetivo comum defendido por um líder, cujas instruções e determinações devem ser obedecidas por todos e que exige de seus participantes lealdade ao propósito que mantém a união, disposição para lutar por ele, agindo e reagindo como força de pressão diante daqueles que impedem ou dificultam a realização de seus anseios”.

 

Turma - "É um conjunto de pessoas reunidas para execução de uma determinada tarefa de maneira formal, quando um chefe ou mestre recruta funcionários, ou de maneira informal, quando um motivo bem definido agrupa indivíduos sem qualquer vínculo num local pré-determinado, como, por exemplo, os torcedores de certo clube quando realizam manifestações num estádio esportivo". Não existe na turma um líder, a força de coesão é uma idéia, uma emoção ou um motivo que pode terminar a qualquer momento, ocasionando a dissolução da turma. A turma pode se transformar em grupo se os objetivos tornarem-se permanentes. A turma é o lugar onde os líderes são forjados.

 

Multidão - "É uma reunião acidental de muitas pessoas pelos mais variados motivos. É heterogênea, amorfa (sem forma definida), manipulável e perigosa, pois a sensação de que possui força pode surgir rapidamente de forma inesperada como decorrência de qualquer reação coletiva, positiva ou negativa".

 

Turba - É a multidão descontrolada, em desordem, perigosíssima, pois os resultados de suas ações são imprevisíveis.

 

c) O Modo de Ser do Grupo

 

De agora em diante o conceito de grupo deve estar bem claro na mente do líder, pois é através dele que os grandes objetivos são alcançados. Os grupos também devem ser olhados com mais atenção e consideração pelos seus membros, principalmente por aquelas pessoas que, de uma maneira ou de outra, exercem influência sobre eles.

 

É importante também que tomemos conhecimento de que o grupo adquire personalidade, isto é, adquire um modo característico de ser, que exerce influência no processo de liderança. Além da colocação acima, o grupo apresenta certa unidade de atitudes e comportamento bem como outras características que integralizam o seu sentido de tarefa.

 

O grupo pode ser hostil, vagaroso, entusiástico, dependendo basicamente do objetivo que escolheu para si.

          

Grupo Hostil - É aquele que ativa ou passivamente se opõe aos esforços do dirigente no sentido de atingir determinada meta.

 

Grupo Vagaroso - É aquele com motivação insuficiente para cooperar na realização da meta comum.

 

                  Grupo Entusiástico - É aquele que apóia o interesse do dirigente e se envolve entusiasticamente na perseguição do objetivo comum.

 

               É muito importante que o líder tenha em mente até que ponto o grupo colabora com os seus esforços para atingir os objetivos desejados.

 

É sabido que o grupo só se engaja com entusiasmo nas atividades para a consecução de alguma meta se tiver motivação (motivação - Conjunto de fatores psicológicos - conscientes ou inconscientes - de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo), isto é, se tiver a consciência de que:

 

a) A meta seja também de interesse do grupo;

b) O grupo seja mantido dentro dos padrões por ele tido como exato;

c) As necessidades básicas de seus componentes sejam satisfeitas.

 

Além do conhecimento que o líder deve ter dos três itens acima, deve ter também a clareza necessária quanto a três características que todo grupo apresenta:

 

a) O grau de percepção do grupo;

b) O grau de eficiência do grupo;

c) A disposição de luta do grupo.

 

        O grau de percepção do grupo - é a capacidade de ele entender o necessário para executar as tarefas. É também a maturidade necessária para aceitar as ordens emitidas, mesmo quando elas digam respeito a uma solicitação imprevista de esforço especial.

 

O grau de eficiência do grupo - A eficiência, hoje, vem ser procurada em todas as atividades humanas. Mesmo as mais simples devem ser realizadas com velocidade e precisão. Para que isso aconteça num grupo, faz-se necessária uma integração maior de todos os seus componentes, um treinamento adequado, e a valorização e a experiência dos seus membros.

 

O grau de disposição de luta do grupo - É a capacidade que o grupo tem de se engajar totalmente na perseguição dos objetivos desejados. Isso envolve a lealdade à cooperação e a disciplina. Um grupo com um alto grau de disposição de luta conseguirá realizar muitas coisas.

 

d) A Situação Conjuntural

 

Todo grupo está inserido dentro de um contexto maior. Uma empresa, por exemplo, quando prepara seu planejamento leva em consideração as variáveis internas e externas, ou seja, todas as forças que pressionam de dentro para fora e de fora para dentro. Como variáveis internas poderíamos exemplificar o corpo funcional envolvendo todo seu relacionamento: a motivação, os recursos materiais, os grupos informais dentro da organização, etc. Como variáveis externas temos os mercados comprador e fornecedor, a política, os costumes, moda, etc.

Na situação conjuntural, devem ser levados em consideração em relação à liderança dois grupos de variáveis, entre os quais o grupo oscila de um extremo a outro: as variáveis da certeza/incerteza e as variáveis de estabilidade/instabilidade.

Quando o grupo navega num ambiente de certeza e estabilidade, a liderança deve ser democrática e em alguns casos até liberal, mas quando o grupo enfrenta situações de incerteza e instabilidade há a necessidade de uma liderança forte que inspire respeito, confiança e obediência, mas sem abrir mãos dos métodos usados na liderança democrática. O próprio grupo exigirá, num momento de grande pressão externa, a presença de um líder autocrático. Também o próprio grupo repudiará a liderança autocrática quando as pressões externas se distenderem e, mais cedo ou tarde, exigirá a presença de uma liderança democrática ou mesmo de uma liderança liberal.

 

e) A Personalidade do Líder

 

A personalidade do líder influi também no tipo de liderança usada. Geralmente o estilo de liderança é um reflexo da personalidade daquela pessoa que ocupa a posição de liderança. Quem por natureza é uma pessoa forte, mandona, tende a usar o estilo de liderança autocrático. Quem tem características participativas, tende a usar o estilo democrático e assim por diante.

É nesta área onde surgem as maiores dificuldades e muitos falham, pois querem dar rédeas a sua personalidade e esquecem que os grupos variam de grau de percepção, de eficiência e de disposição.

Como personalidade não se muda facilmente, deve o líder aprender a usar as técnicas de liderança mais adequadas aos grupos que conduzem, mesmo, em certas ocasiões, sacrificando os seus sentimentos e paixões.

 

                                               

                                             UNIDADE III

 

                                    OS TIPOS DE LIDERANÇA

 

Estudaremos nesta unidade os tipos de liderança mais conhecidos e fáceis de serem observados. Os três tipos mais comuns são os tipos de liderança autocrática, democrática e a liberal. Outros também serão estudados nesta unidade, tais como o carismático, o paternalista, o populista e o situacional.

 

O tipo Autocrático - É aquele que o líder exige obediência do grupo, decide quanto às metas a serem alcançadas e as demais questões, sem ouvir os seus membros. Este tipo de liderança não está preocupado com as necessidades dos integrantes do grupo e sim com o resultado do trabalho dele. Outra característica da liderança autocrática é que ela não confia nos integrantes do grupo, por isso não delega aos escalões inferiores. Outra característica é que se cria uma dependência muito grande do líder. Esse tipo de liderança é muito importante em época de grande crise e convulsão social, onde a situação está fora de controle e necessita de uma mão de ferro para controlá-la. Fora disso é mais perniciosa do que benéfica.

 

O tipo Democrático - É aquele que toma decisões, em sua maioria, ouvindo idéias e sugestões dos membros do grupo, e consegue estimular e receber a participação de todos na luta pelo alcance dos objetivos. Neste tipo de liderança, as tomadas de decisões, bem como a responsabilidade, são divididas entre o líder e o grupo. Os membros do grupo sentem-se importantes, pois são ouvidos na solução dos problemas. O líder democrático goza da confiança do grupo, pois o grupo sabe que ele é mais qualificado para representá-lo e levá-lo a realização dos seus objetivos. O líder democrático procura manter o grupo unido, motivado, sem precisar usar a força coercitiva. Esse tipo de liderança é o mais complexo, pois exige um alto grau de envolvimento por parte do líder bem como habilidade no trato com os seres humanos.

 

O tipo Liberal - É aquele em que o líder funciona apenas como agente de informação; reduz voluntariamente a sua participação e importância nas atividades do grupo e obtêm o mínimo de controle. Há uma liberdade completa nas decisões do grupo. O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou regular o curso dos acontecimentos. Para se usar este tipo de liderança supõe-se um grau altíssimo de profissionalismo, de percepção, de eficiência e de disposição de luta de todos os componentes do grupo. Exemplo: Um grupo de cientistas que pesquisam determinado assunto.

 

 

 

 

 

Quadro Resumo dos tipos de Liderança mais conhecidos:

 

 

                       

 TIPO                                  

 

 

  ATITUDE   DO

        GRUPO

 

    TOMADA DE

       DECISÃO

 

   RESPONSABILIDADE

 

 Autocrático

 

Obediência

 

         No  Líder

 

               No Líder

       Democrático

 

       Cooperação

 

    Líder/Grupo

 

          Líder/Grupo

 

         Liberal

 

        Iniciativa

 

       Indivíduos

 

            Indivíduos

 

 

O tipo Carismático - É aquele em que a atração exercida pelo líder baseia-se em sua personalidade marcante, capaz de levar o grupo a supor que seu líder dispõe de poderes excepcionais, inexplicáveis, aparentados na forma como fala ou age, e que induz aos seus seguidores uma confiança ilógica na capacidade que ele tem de enfrentar e resolver certos problemas. Exemplo: Hitler, Mussolini, Rodão Mangueira, Padre Cícero, Antônio Conselheiro, etc.

 

O tipo Paternalista - É aquele que pela posição que ocupa, aparece perante os seus seguidores como quem oferece proteção contra as adversidades, infortúnios e até contra inimigos, proporcionando atendimento da necessidade de segurança que todos aspiram. Sob este tipo de liderança as pessoas perdem uma parte da liberdade em troca de proteção e segurança contra riscos que não têm condição de suportar. Exemplo: Os coronéis políticos do interior dos Estados Brasileiros.

 

O líder Populista - É aquele que consegue despertar no grupo desejos, fazendo com que ele dê apoio. Para isso promete o que muitas vezes não pode cumprir, eleva o nível de aspiração da massa a uma situação tal que nenhum dos elementos em particular conseguirá atendê-la, criando e desenvolvendo necessidades que alimentam a dependência e facilitam a manipulação. Exemplo: Políticos nepotistas.

 

O tipo Situacional - É aquele que surge de uma situação atípica. Há uma mudança brusca na conjuntura, que leva as pessoas a uma situação de medo e insegurança; aí elas tendem a escolher para exercer a liderança alguém que tenha a condição necessária para enfrentar e solucionar o problema.                                            

                                  

 

                                     UNIDADE IV

 

                          OS ESTILOS DE LIDERANÇA

 

 

Na unidade anterior, vimos os tipos de liderança mais conhecidos. Nesta, iremos examinar os estilos de liderança usados pelos diversos tipos que estudamos:

 

O estilo orientado para a tarefa - Nesse estilo, o líder dirige e chefia de perto os liderados para assegurar a execução do trabalho de acordo com o que ele planejou. Um líder com esse estilo, estar mais preocupado com a execução do trabalho do que com o desenvolvimento das pessoas que fazem parte do grupo.

 

O estilo orientado para as pessoas - Nesse estilo, os líderes procuram motivar em vez de controlar os liderados. Incentivam os membros do grupo a realizarem as tarefas permitindo que eles participem das decisões que os afetam e estabelecendo um relacionamento amistoso, de confiança e respeito. Em pesquisas realizadas nos USA, esse estilo mostrou-se mais eficaz do que o outro e os grupos liderados por gestores com esse estilo foram mais eficazes ou produtivos do que o anterior.

 

 

 

Sistema de Liderança de Likert

 

 

              

 

 

Usando as premissas básicas de orientação para tarefas e orientação para pessoas, Rensis Likert imaginou um modelo em que existem quatro níveis de eficácia gerencial, conforme gráfico acima.

 

               Gestor Tipo 1 ( Autoritário Explorador )

 

Todas as decisões relacionadas com o trabalho são tomadas pelo gestor cabendo ao liderado simplesmente executá-las. Os padrões e métodos de desempenho também são estabelecidos por eles. O não cumprimento dos objetivos estabelecidos pelos administradores resulta em ameaças ou punições. Os gestores desse sistema têm pouca confiança nos liderados e esses, por sua vez, têm medo dos gestores e acham que tem pouca coisa em comum entre eles.

 

 

 

              Gestor Tipo 2  ( Autoritário Benevolente )

 

Nesse estilo, os gestores ainda dão ordens, contudo os liderados têm certa liberdade de fazer comentários sobre elas. Os liderados também têm certa facilidade  para executar suas tarefas, mas com limites e procedimentos cuidadosamente prescritos. Aqueles liderados que atingem os objetivos propostos ou mesmo que os ultrapassem podem ser recompensados. Em linhas gerais, há uma atitude condescendente dos gestores para com os liderados e estes têm cuidado quando tratam com aqueles.

 

                       Gestor Tipo 3 ( Consultivo )

 

Os gestores do sistema 3 estabelecem objetivos e dão ordens depois de discuti-las com os liderados. Estes podem tomar suas próprias decisões sobre como executarão seu trabalho, pois só as decisões gerais são tomadas pelos gestores de nível mais alto. Usam-se recompensas, em vez de ameaças ou punições, para motivar os liderados. Estes se sentem livres para discutir quase todos os assuntos relacionados com o trabalho com seus chefes que, por sua vez, acham que podem confiar muito nos subordinados para a correta execução de seu trabalho.

 

                       Gestor Tipo 4 ( Participante )

 

Segundo Likert este é o estilo ideal que deve ser usado nas organizações. Os objetivos são estabelecidos, e as decisões relacionadas com o trabalho são discutidas com o grupo e tomadas em grupo. Os gestores, quando tomam decisões, antes incorporam as sugestões e as opiniões dos outros membros do grupo. Assim, o objetivo por eles estabelecido ou as decisões tomadas podem nem sempre ser as de preferências pessoais.

É usado na motivação do grupo não apenas o indicador financeiro, mas também os sentimentos de valor e importância.

                      

                      

                             O GRID GERENCIAL

 

 

Robert Blake e Jane Mouton, norte-americanos, aprofundaram a pesquisa sobre os estilos orientados para as pessoas, e para as tarefas, e desenvolveram uma teoria na qual combinam as preocupações com as tarefas e as pessoas, bem como as premissas que estão por trás das cinco posições da grade gerencial.

       

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O GRID GERENCIAL

 

 

                       

                

        Estilo 1.1 - Nesse estilo existe uma administração empobrecida, com pouquíssima preocupação com as pessoas e pouquíssima preocupação com o trabalho ou a produção. É o famoso laissez-faire, onde o líder abdica do seu papel de liderança.

 

Estilo 1.9 - Existe no líder que possui este estilo uma grande preocupação com as pessoas e quase nenhuma com a produção. É a administração de clube de recreação. Não serve para uma instituição em que a ênfase é a produção.

 

Estilo 9.1 - É dada, nesse estilo, uma grande ênfase à produção e muito pouca ao empregado. O empregado é mais uma peça de uma máquina produtiva, podendo ser descartado quando falhar. As necessidades humanas quase não são levadas em consideração.

 

Estilo 5.5 -  É a administração meio-termo. Existe, nesse estilo, uma média preocupação com as pessoas e uma média preocupação com a produção.

 

  Estilo 9.9 - Nesse estilo é usada uma administração democrática ou em equipe. Existe nele uma grande preocupação com a produção e igual com o bem-estar das pessoas. Segundo seus idealizadores, é o estilo mais eficaz como comportamento de liderança. O estilo leva, em qualquer circunstância, a um melhor desempenho, poucas ausências, uma baixa rotatividade e muita satisfação dos empregados.

 

                              O GRID GERENCIAL

 

  

 

 

 

 

GRID GERENCIAL

(Características)

 

 

Estilo 1.1 – Há muitas palavras e expressões usadas, em geral, para descrever o comportamento 1.1. As expressões abaixo ilustram em linguagem comum este estilo de liderança.

 

  • Apático
  • Espectador
  • Acata
  • Adia
  • Foge à responsabilidade
  • Não há registro de “feedback”
  • Desiste facilmente
  • Não interfere
  • “Apagado”
  • Indiferente
  • Afasta-se do caminho
  • Deixa os acontecimentos seguirem seu curso
  • Capaz de não notar as coisas que devem ser feitas
  • Negligencia a responsabilidade das tarefas
  • Neutro
  • Não se compromete
  • Não contribui
  • “Contando tempo”
  • Resignado
  • Permanece fora da linha de fogo
  • Apresenta poucas opiniões espontaneamente
  • Espera que os outros tomem providências
  • Acompanhamento fraco
  • Alienado

 

Estilo 1.9 – As seguintes palavras e expressões caracterizam os atos de um gerente 1.9 e indicam como o estilo GRID é descrito em linguagem do dia-a-dia:

 

  • Agradável
  • Compreensivo
  • Evita pontos negativos
  • Não sabe dizer não
  • Respeitoso
  • Na gosta de divergências
  • Excessivamente lisonjeador
  • Demasiadamente ansioso em prestar ajuda
  • Superconfiante
  • Sente remorsos por desatenções involuntárias
  • Diz palavras atenciosas e agradáveis
  • Sensível, magoa-se facilmente
  • Fornece apoio e consolo
  • É solidário e bondoso
  • Viceja na harmonia
  • Não gosta de controvérsias
  • É improvável que investigue a fundo
  • Espera para ouvir o que os outros pensam antes de falar
  • Silencia convicções controversas
  • Cede para obter aprovação

 

Estilo 5.5 – As palavras e frases seguintes representam as características do gerente 5.5 nas suas atividades do dia-a-dia.

 

  • Conciliador
  • Cauteloso
  • Transige
  • Conformista
  • Torna-se evasivo quando desafiado
  • Interesseiro
  • Indireto
  • Gosta do que é certo e comprovado
  • Negocia
  • Prefere o meio-termo
  • Segue precedentes
  • Evita comprometer-se
  • Entremeia comentários agradáveis com outros desagradáveis
  • Suaviza divergências
  • Permanece ao lado da maioria
  • Evita tomar partido
  • Engole convicções no interesse do “progresso”
  • Testa de que lado sopra o vento
  • Fala vagamente
  • Espera para ver como os outros se posicionam

 

Estilo 9.1 - São muitas as palavras e frases utilizadas na descrição do estilo gerencial 9.1. Nenhuma delas capta o todo, mas, examinadas em conjunto, palavras e frases dão idéia de como se usa a linguagem  cotidiana na ilustração deste tipo de liderança.

 

·         Controlador
  • Interrompe os outros
  • Decide e depois diz aos outros o que deverão fazer
  • As decisões são definitivas
  • Exigente
  • Espera obediência
  • Tem mania de criticar
  • Entra em briga para perder ou ganhar
  • Enérgico
  • Tem todas as respostas prontas
  • Impaciente
  • Interroga
  • Os outros que mantenham distância
  • Dominador
  • Agressivo
  • Rápido na censura
  • Vê as coisas em termos de preto no branco
  • Teimoso
  • Feitor
  • Manda fazer, mas não diz por quê

 

Estilo 9.9 – Palavras e frases que descrevem o comportamento 9.9 incluem, entre outras, as seguintes:

 

 

  • Sincero e direto
  • Confiante
  • Decidido
  • Determinado
  • Gosta de trabalhar
  • Busca os fatos
  • Focaliza problemas reais
  • Vai até o fim
  • Ventila problemas reais
  • Possui o espírito do “realizador”
  • Altos padrões
  • Identifica causas obscuras
  • Inovador
  • Tem mente aberta
  • Positivo
  • As prioridades são claras
  • Dado à reflexão
  • Estabelece metas desafiadoras
  • Exterioriza idéias
  • Espontâneo
  • Mantém sua posição
  • Estimula a participação
  • Altruísta

 

 

                                O ESTILO 3 D

 

 

O estilo 3 D é uma ampliação do Grid Gerencial, e foi desenvolvido pelo norte-americano William J. Reddin. Ele adicionou às dimensões de Produção (tarefa) e Pessoas (relações), a de Eficiência.  Para Reddin, os estilos dos quadrantes poderiam ser eficientes ou ineficientes, dependendo da situação. Na sua teoria, Reddin levantou quatro estilos básicos, a saber: Separado, Dedicado, Relacionado e Integrado.  Destes quatro estilos básicos derivam oito estilos gerenciais, a saber: Desertor, Autocrata, Missionário, Transigente, Burocrata, Autocrata, Benevolente, Promotor e Executivo.

 

Vejamos agora a descrição sumária de cada estilo, inclusive dos básicos.

 

Separado:

 

* Cauteloso - Cuidadoso -  Conservador - Ordenado.

* Prefere as coisas escritas - Procedimentos - Fatos.

* Busca princípios estabelecidos.

* Exato - Preciso - Correto - Perfeccionista.

* Constante - Deliberado - Paciente.

* Calmo - Modesto - Discreto.

 

        O gerente separado orienta-se basicamente para os procedimentos, métodos e sistemas.

 

Relacionado:

 

* As pessoas vêm em primeiro lugar.

* Enfatiza o desenvolvimento pessoal.

* Informal - Tranqüilo - Passa Inadvertido.

* Grandes conversações.

* Simpático - Aprovador - Acolhedor - Amistoso.

* Cria uma atmosfera de segurança.

 

Dedicado:

 

* Resoluto - Agressivo - Confiante em si mesmo.

* Ativo - Possante - Iniciador.

* Seguro - Independente - Ambicioso.

* Emprega Recompensas - Punições - Controles.

* A tarefa vem em primeiro lugar.

 

Integrado:

 

* Obtêm autoridade dos alvos - Ideais - Metas - Políticas.

* Integra o indivíduo com a organização.

* Quer participação - Pouca Diferença do Poder.

* Prefere objetivos e responsabilidades divididas.

* Interessado pelas técnicas motivacionais.

 

     Visto os estilos básicos da teoria 3 D, a seguir apresentamos o desdobramento sumário de cada estilo gerencial:

 

 

Desertor:

 

* Trabalha segundo fixa o regulamento - Desiste - Produção mínima.

* Evita envolvimento - Responsabilidade - Compromisso.

* Dá poucas opiniões Úteis - Sugestões.

* Não-Criativo - Não-Original - Mente Estreita.

* Põe obstáculos aos demais - Dificulta as coisas.

* Resiste às mudanças - Não coopera - Não se comunica.

 

Burocrata:

 

* Segue ordens -  Regras - Procedimentos.

* Confiável - Digno de Confiança.

* Mantém um sistema e uma  empresa em andamento.

* Observa os detalhes - Eficiente.

* Racional - Lógico – Auto-controlado.

* Imparcial - Justo - Eqüitativo.

 

Missionário:

 

* Evita o conflito.

* Agradável - Amável - Cálido.

* Busca a aceitação de si mesmo - Dependente.

* Facilita as coisas.

* Evita iniciar coisas - Passivo - Não dá Ordens.

* Não se preocupa com produção - Padrões - Controles.

 

Promotor:

 

* Mantém canais livres de comunicação - Presta atenção.

* Desenvolve o talento dos outros - Guia.

* Compreende os outros - Apóia.

* Trabalha bem com os outros - Coopera.

* Os outros confiam nele - Confia.

 

Autocrata:

 

* Crítico - Ameaçador.

* Toma todas as decisões.

* Exige obediência - Suprime o Conflito.

* Quer Ação - Resultados Imediatos.

* Comunica só para baixo - Age sem Consultar.

* Temido - Antipático.

 

Autocrata Benevolente:

 

* Decidido - Demonstra Iniciativa.

* Trabalhador - Enérgico.

* Termina as coisas - Comprometido.

* Avalia a quantidade - Qualidade - Perdas - Tempo.

* Tem consciência dos Custos - Lucro - Vendas.

* Obtém Resultados.

 

Transigente:

 

* Emprega a Participação em Excesso.

* Submisso - Fraco.

* Evita tomar decisões - Produz decisões aceitáveis e amorfas.

* Enfatiza tarefa e relações  quando é inadequado.

* Idealista - Ambíguo - Não Merece Confiança.

 

 

Executivo:

 

* Utiliza o trabalho em equipe na tomada de decisões.

* Utiliza a Participação Adequadamente.

* Induz compromisso com os Objetivos.

* Encoraja um desempenho Melhor.

* Coordena os Demais no Trabalho.

 

TEORIA 3 D

 

 

 

 

                                                                 Promotor      Executivo                                                                  

                                                                                                                      

                                     

                                                       

 

 

                                                                         Autocrata

                                                      Autocrata     Benevolente

 

                                                                         

 

                                                                                                              

           
   
     
     
 
 

 

 

                                                                                     

                     Relacionado         Integrado                

     

 

                                           

           

 

 

      Separado      Dedicado

                    

 

 

                    

           

                                         OT  

                                    

 

 

 
 

 

Missionário

Transigente

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desertor

 Autocrata

 

 

 

 

 

Os Estilos Dedicados - Têm uma baixa orientação para tarefa e uma baixa orientação para relações.

 

                                 

 

 

 

 

 

Promotor

 

 

 

 

 

 

Executivo

 

 

 

Burocrata

 

 

 

 

 

Autocrata Benevolente

 

 

 

 

                               

 
   

 

 

                                                                                     

                     Relacionado         Integrado                 

     

 

           

 

                            

                    Separado              Dedicado                     

 

 

 

                                         OT

              

 

 

 

 

 

 

Missionário

Transigente

 

 

 

 

 

 

 

 

Desertor

Autocrata

 

 

 

 

 

 

Os Estilos Relacionados - Todos têm uma baixa orientação para  tarefa e uma alta orientação para relações.

 

 

 

                                  

                                                             Promotor

                                                                                      Executivo  

                                          

                                        

 

Burocrata 

 

                       

                                                                                  Autocrata

                                                                                  Benevolente                           

 

                                                                                                                                                                                                  

 

 

           
       
       
 
 

 

 

 

                                                                                      

                    Relacionado       Integrado                

 

     

                                             

            

 

 

   Separado       Dedicado                     

 

 

                              

                                          OT

               

 

 

 

 

 

Missionário

Transigente

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desertor

Autocrata

 

 

 

 

 

 

 

Os Estilos Separados - Têm uma alta orientação para tarefa e uma baixa orientação para relações.

 

                                  

 

 

 

 

Promotor                                    

 

 

 

 

 

Executivo

 

 

 

Burocrata

 

 

 

 

 

 

Autocrata Benevolente

 

           
       
       
 
 

 

 

 

 

 

                                                                                      

                    Relacionado       Integrado                

     

 

                                          

            

 

Separado              Dedicado                     

 

 

 

                                          OT

 

       

 

 

 

 

 

Missionário

Transigente

 

 

 

 

 

 

 

 

Desertor

Autocrata

 

 

 

 

 

 

Estilos Integrados - Têm uma alta orientação para tarefa e uma alta orientação para relações.

 

 

 

A LIDERANÇA SITUACIONAL

 

Partindo da idéia dos quadrantes, Hersey & Blanchard desenvolveram uma teoria na qual o estilo ideal de liderança é aquele que se adapta ao nível de maturidade dos liderados levando em consideração as dimensões da tarefa (estruturação ) e as relações ( apoio sócio-emocional ).

Segundo a teoria da Liderança Situacional, quanto maior o nível de maturidade do empregado menor a interferência do chefe  (líder ) em estruturar as tarefas, e quanto menor a maturidade maior a necessidade de uma estruturação das tarefas, por parte da liderança.

Nesta teoria a maturidade é posta como parâmetro de definição do estilo ideal.

A maturidade é definida pelos pais da liderança situacional como a “motivação de realização, disposição e capacidade para aceitar responsabilidades, educação e experiência, além do nível das necessidades satisfeitas.”

Existe uma estreita correlação entre o nível de maturidade e o nível das necessidades não satisfeitas. O empregado que está no estágio inicial da maturidade também está no estágio inicial das suas necessidades básicas, ou seja, fisiológica e de segurança. Já o cientista que está no elevado estágio de maturidade também terá as suas necessidades em níveis mais refinados, como por exemplo, a auto-realização.

 

 

 
   

 

 

 

                 

                          Pouca Tarefa                      Muita Tarefa

                                   e                                        e       

                        Muitas Relações                  Muitas Relações  

 

                                 ( 3 )                                    ( 2 ) 

 
   

 

 

 

 

                            Pouca Tarefa                    Muita Tarefa           

                                     e                                      e

                           Poucas Relações             Poucas Relações   

 

                                    ( 4 )                               ( 1 )

 

                          

                 ( Pouco )             Estruturação de Tarefas              (Muito)                                         

                   Alta                                                                    Baixa

              ( Maturidade)                                                      ( Maturidade )                       

                     -4-                     - 3 -                 -  2 -                  -1-

 

 

 

Quadrante 1 - Muita ênfase na estruturação da tarefa e pouca ênfase no relacionamento para lidar com liderados com o nível de maturidade 1.

 

Quadrante 2 - Muita ênfase na estruturação das tarefas e também no relacionamento para se lidar com os liderados no nível de maturidade 2.

 

Quadrante 3 - Muita ênfase nas relações e pouca na tarefa para os liderados no nível de maturidade 3.

 

Quadrante 4 - Pouca ênfase na estruturação da tarefa e também no relacionamento para os liderados no nível de maturidade 4.

 

Para a Liderança Situacional o líder eficaz é aquele que consegue atuar em qualquer dos quadrantes.

 

UNIDADE V

 

 

FATORES INTEGRANTES DA PRÁTICA DA LIDERANÇA  

 

Vimos na primeira parte deste curso o surgimento e o desenvolvimento do estudo de liderança, inclusive algumas das mais famosas teorias, e agora veremos a parte prática do estudo.

Para se pôr em prática a atividade de liderança, faz-se necessário que conheçamos os fatores que apresentaremos a seguir:

 

1- Comunicação

 

A comunicação é o passo inicial de toda a atividade humana, principalmente no trabalho. A pessoa se comunica falando, escrevendo, gesticulando e sinalizando. A comunicação, em síntese, implica na emissão de uma mensagem por uma pessoa e na recepção da mesma por outra.

 

Todo processo de comunicação envolve quatro componentes básicos:

 

                   SISTEMA DE COMUNICAÇÃO

 

 

           
       
     
 

 

 

 

 

     EMISSOR                      MENSAGEM                           RECEPTOR

                   

 
   

 

 

 

     

                                   MEIO DE COMUNICAÇÃO

 

 

                   

O emissor é o originador da comunicação.

A mensagem é o conteúdo daquilo que o emissor quer transmitir.

O Receptor é o destinatário da mensagem.

O Meio de comunicação é o canal por onde a mensagem flui.

 

Sabemos que existem os meios de comunicação convencionais (individualizados) e os meios de comunicação de massas. Entre o primeiro estão a carta e o telefone. Entre o segundo encontramos a televisão, o rádio e o jornal, para citar os mais importantes.

 

O processo de comunicação só é efetivado se houver a presença destes quatro elementos. Se apenas um estiver ausente a comunicação não existirá. Por outro lado, se houver irregularidade ou mesmo imperfeição em qualquer destes elementos haverá comprometimento da qualidade da comunicação. As distorções num processo de comunicação chamam-se de ruídos. Como garantir então uma boa comunicação? Os estudiosos do assunto recomendam o que se segue:

 

a) Planeje cuidadosamente sua comunicação - Use as palavras de forma adequada, sem faltas nem excessos; Temos que aprender a ser sucintos e objetivos tanto na comunicação verbal como na escrita.

 

b) Antes de fazer a comunicação, escolha o meio mais adequado para transmiti-la. Por exemplo: se a mensagem contém muitos dados é preferível que seja escrita.

 

c) Se você vai usar a voz, Procure falar clara e pausadamente  limite-se a comunicar somente aquilo que é  realmente necessário.

 

d) Evite comunicar-se sob estado de tensão emocional.  Sob tensão qualquer um pode pecar pelo exagero e pelo radicalismo.

 

e) Use a mesma linguagem do receptor - Ao usar expressões típicas, regionais ou técnicas, certifique-se que o receptor as conhece.

 

f) Aborde um assunto de cada vez - Ninguém consegue pensar em duas coisas ao mesmo tempo.

 

g) Evite recados - As mensagens faladas devem ser dadas diretamente ao receptor.

 

h) Use exemplo, sempre que possível - O exemplo dá uma melhor compreensão à mensagem.

 

i) Ao concluir a comunicação, certifique-se de que foi compreendido -  Faça e estimule perguntas. Isto se chama feedback.

 

j) Não interrompa seu interlocutor - Aguarde sua vez de falar; ouça atentamente e pondere a respeito daquilo que você está ouvindo.

 

 

Veja ainda um modelo de comunicação onde o contexto e o feedback são identificados:

 

 

 

 

 

 

 

Contexto

 

 

 

Transmissor

 

Codificação

 

Mensagem

 

Decodificação

 

Receptor

 

 

 

 

Canal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Decodificação

 

Mensagem

 

Codificação

 

 

 

 

 

 

Canal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Feedback

 

 

 

 

 

Contexto

 

Modelo Linear de Comunicação mostrando o contexto que a envolve e o feedback (resposta).

 

 

                                  2 - MOTIVAÇÃO

 

Ninguém faz nada sem ter um motivo. Todas as pessoas possuem motivos, sob a forma de necessidades, desejos ou impulsos, em relação a algo ou alguém. A satisfação de tais motivos, ou mesmo a simples perspectiva de que eles sejam satisfeitos, impelem as pessoas à ação, tornando-as motivadas.

Segundo Sigmund Freud, o pai da Psicanálise, as necessidades e motivos das pessoas, inclusive aqueles que são inconscientes, influenciam grande parte do comportamento humano.

A motivação é, pois, a estimulação do indivíduo para a ação, fazendo-o considerar o trabalho como um motivo pessoal.

É importante que tenhamos em mente que a motivação está estreitamente ligada à satisfação das necessidades humanas, conforme explicitada na teoria de Abraham Maslow. A pessoa se sentirá motivada à medida que as suas necessidades forem sendo satisfeitas.

Compete ao líder conhecer bem todos os seus liderados e descobrir qual o nível de necessidades de cada um e, assim, proporcionar-lhes os fatores motivacionais adequados.

Os fatores motivacionais podem ser: Financeiros, ambientais, sociais e psico-sociais.

 

Fatores Financeiros - uma boa remuneração, promoção, etc.

 

Fatores ambientais - um lugar agradável onde se possa trabalhar com segurança e conforto.

 

Fatores Sociais - companheirismo no trabalho, camaradagem, etc.

 

Fatores Psico-Sociais - ser bem aceito no grupo, ter oportunidade de participar com sugestões, prestígio, consideração, respeito, etc.

 

 A seguir apresentaremos algumas sugestões práticas que podem despertar a motivação das pessoas:

 

a) Respeite e valorize seus liderados.

b) Não tenha favoritismos pessoais.

c) Reconheça e divulgue os méritos do seu pessoal.

d) Mantenha o seu pessoal bem informado.

e) Treine seus liderados.

 

                                 3 - TOMADA DE DECISÃO

 

Toda hora estamos tomando decisões na vida, desde as mais simples até as mais difíceis. Quando se exerce liderança as decisões têm que ser tomadas com cuidado, com critério e com responsabilidade, porque geralmente elas têm grandes reflexos na vida de outrem.

O que é afinal uma decisão? Uma decisão é uma escolha que se faz entre várias maneiras de realizar uma tarefa ou atingir um determinado fim.

O processo decisório envolve experiência, conhecimento, bom senso, julgamento e uma boa dose de risco. É sabido  que a maioria das pessoas não quer se expor a nenhum tipo de risco.

Sobre o líder pesa a grande responsabilidade de tomar decisões, levando em consideração o máximo de produtividade com o menor custo possível.

A seguir, apresentaremos algumas considerações que, segundo os estudiosos, são úteis para a tomada de decisão.

a) Toda tomada de decisão é uma transação entre os recursos disponíveis e o que se quer obter.

 

b) Levantar todas as alternativas de ações possíveis.  A identificação de alternativas é uma busca paciente e cuidadosa, na qual não podemos desprezar nenhuma hipótese. É importante que se consulte os liderados antes de tomar a decisão.

 

c) Avaliar todas as alternativas levantadas. Nessa avaliação deve-se considerar que toda mudança provoca reação e esta até problemas. É necessário que se avalie as conseqüências de cada alternativa levantada.

 

d) Escolher a melhor alternativa relacionada ao objetivo que se pretende. Na análise do problema sempre se apresentará uma alternativa que é a mais viável, por representar um equilíbrio mais favorável entre vantagens e desvantagens.

 

                      4 - RELACIONAMENTO

 

É dever de todo líder manter bom relacionamento com todos os membros de sua equipe. O verdadeiro líder trata a todos com imparcialidade. Ele é sereno e firme, sem ser grosseiro - e sabe ser alegre sem desabar para a anarquia. Ele tem palavras de estímulo nas horas certas, reforçando os valores positivos de cada pessoa. Quando tem de repreender alguém, o faz com firmeza e discrição, sem alarde e brutalidade. Ele repreende sem humilhar ou ofender alguém.

Quando o líder mantém um bom relacionamento com sua equipe ele até é procurado para dar conselho sobre a vida particular de seus membros.

Na questão do relacionamento, em suma, devemos entender que o líder deve estar atento ao que passa com seus liderados e procurar resolver os problemas existentes com sabedoria e firmeza.

 

                          5 - INICIATIVA

 

As atividades profissionais geralmente são executadas em função de um planejamento prévio. Mesmo aquelas tarefas mais simples que executamos, no cotidiano da vida, seguem um roteiro previamente estabelecido. No decorrer de qualquer atividade podem surgir erros, impasses, interrupções, falhas, queda de produção ou outros quaisquer problemas que têm efeito negativo na sua execução. Neste espaço é que deve entrar em ação a capacidade do líder em tomar medidas preventivas para que elas não aconteçam, e se acontecerem os seus efeitos sejam os mínimos possíveis.

A esta capacidade de adotar providências antecipadas, para prevenir ou solucionar problemas, chamamos de iniciativa.

Iniciativa não é, portanto, indisciplina administrativa, não é afobação, ansiedade, mania de mudança, agitação, inconstância, ou coisas semelhantes.

O líder deve ser o primeiro a tomar iniciativa no que se refere às coisas que vierem melhorar o desempenho do grupo. Há muitas pessoas que ocupam posição de liderança e, no entanto, são passivas, apáticas, acomodadas, inseguras e inibidas. O grupo que elas dirigem não realizará muitas coisas, só o trivial, o óbvio.

A iniciativa do líder deve ser nos sentidos para cima e para baixo, ou seja, para cima em relação aos seus superiores e para baixo em relação aos seus subordinados.

Enfim, o verdadeiro líder não espera que lhe peçam para ter novas idéias. Ele mesmo tomará a iniciativa de sugerir outros sistemas de trabalho que resultem na redução de custos, simplificação das tarefas, melhor aproveitamento dos recursos existentes, enfim, toda ação que promova o desenvolvimento do grupo e o atingimento das metas estabelecidas.

 

               6 - EQUILÍBRIO EMOCIONAL

 

É de responsabilidade do líder, procurar manter um ambiente emocionalmente equilibrado no lugar onde ele exerce a sua liderança.

É próprio do ser humano sentir emoções. Qualquer pessoa pode sentir-se zangada, alegre, terna, medrosa, triste, ansiosa, etc. Algumas das emoções proporcionam satisfação e descontração, tais como alegria, afeto, ternura, etc.  Outras deixam o indivíduo tenso, bloqueado e confuso, tais como raiva, medo, ansiedade, conflitos, etc.

Quando estamos tensos sempre procuramos descarregar em alguém ou em alguma coisa. Sob tensão, nem a mente, nem os músculos estão livres. O raciocínio e conseqüentemente a ação tornam-se confusos, aí podem ocorrer as famosas explosões emocionais que sempre provocam transtornos no ambiente onde elas ocorrem.

O líder deve saber que os problemas existem para serem vencidos. Assim sendo não deve se abater quando as dificuldades surgem, pois isto faz parte de sua tarefa e mais facilmente as vencerá se tiver tranqüilidade e autoconfiança.  É essencial que ele não perca a calma em quaisquer circunstâncias, pois os liderados tem-no como exemplo  e o seu estado emocional contagiará o grupo. Havendo equilíbrio emocional no líder, ante as dificuldades enfrentadas, a tendência é o grupo se manter unido. Havendo desequilíbrio emocional se instalará no grupo o caos.

 

 

                7 - DELEGAÇÃO DE AUTORIDADE

 

Delegar autoridade, segundo os estudiosos, é atribuir autoridade a um liderado para que ele execute ou faça executar determinadas tarefas.

Ninguém por mais sábio ou forte que seja jamais conseguirá fazer ou saber todas as coisas. Isto quer dizer que não podemos dispensar a ajuda de outrem.

O líder que não delega, sobrecarrega-se de tarefas e termina sem cumprir as metas estabelecidas. Este tipo de líder é chamado “concentrador”, “autocrata”, ou “o homem dos sete instrumentos”.

Muitos líderes não delegam porque não querem dividir sua autoridade ou mesmo temem perdê-la. Outros, porque não confiam em seus liderados; acham que só eles sabem fazer bem as coisas, e os outros não. Ainda outros não querem correr o risco, pois é sabido que o que se delega é a autoridade, e não a responsabilidade.

O líder verdadeiro tem a noção exata daquilo que pode fazer sozinho e daquilo que pode delegar a outrem.

Para uma delegação eficaz os estudiosos apresentam as sugestões a seguir:

 

a) Defina claramente as atribuições que você está delegando;

b) Defina corretamente a autoridade que você está delegando;

c) Escolha o subordinado adequado para a tarefa que será executada; 

d) Mantenha abertos os canais de comunicação;

e) Tenha em mente que o que se delega é a autoridade e não a responsabilidade.

 

 

                         8 - CRIATIVIDADE

 

Como criatividade entende-se a manipulação de símbolos, dados, elementos e objetivos, com a finalidade de produzir um evento incomum para nós ou para o nosso ambiente. A criatividade implica na produção de algo novo, diferente, mas útil.

Existem nas empresas e em outras atividades da vida, chefes metódicos e conservadores e chefes criativos e inovadores. Os primeiros preferem ampliar as coisas existentes e os outros preferem o desconhecido, estudando e procurando os caminhos fáceis de fazer as coisas.

A criatividade é extremamente útil na vida de um líder, pois através dela, ele soluciona problemas imprevistos e não convencionais no trabalho. Em alguns casos, o uso da criatividade, chega a superar a deficiência ou inexistência de equipamentos ou pessoas em determinadas atividades.

O norte-americano Alex Osborn desenvolveu uma das técnicas mais usadas para a obtenção de idéias novas. A técnica chamada em inglês “Brainstorming” (tempestade de idéias), que consiste numa reunião para descobrir soluções para os problemas existentes. Nessa reunião, todos os participantes devem opinar livremente, sem nenhuma restrição, nem barreira. É abolida toda a análise crítica. No final, há uma seleção das melhores idéias.

 

As regras para um  “Brainstorming” são as  seguir apresentadas:

 

a) Defina claramente o problema

b) Solicite e estimule a participação de todos, eliminando a inibição ou tensão;

c) Anote todas as sugestões em lugar visível por todos, inclusive aquelas que parecem absurdas e inviáveis;

d) Não procure falhas, nem faça restrições;

e) Após um determinado tempo, já dispondo de um número bom de idéias, inicie uma triagem das que foram apresentadas;

f) Numa fase final, analise detidamente as idéias selecionadas pela triagem.

 

 

                       9 - RESPONSABILIDADE

 

O líder é o responsável maior pelo desempenho do grupo. Ele é o intérprete, o defensor e o executor do bem geral, em função do interesse superior do grupo e da instituição. O líder representa a instituição perante os liderados e os liderados perante a instituição, daí a grande responsabilidade que pesa sobre àqueles que exercem liderança.

É de fundamental importância que o líder tenha consciência da responsabilidade que pesa sobre ele e a assuma integralmente. Quando ele faz isso transmite aos seus liderados a segurança e a tranqüilidade. Os liderados terão a certeza de que ninguém será punido ou acusado injustamente. Erros ou fracassos coletivos não serão debitados. Os méritos e as idéias não serão apossados ou encobertos por outros. Ninguém será transformado em “bode expiatório”.

Pelo fato de o líder ser o responsável maior deve-o ter consciência de que deve atuar como um técnico, um administrador e um instrutor.

Como um técnico, o líder deve programar o trabalho; conhecer o uso e o funcionamento dos equipamentos; conhecer os métodos de trabalho e meios de produção; controlar a qualidade e a quantidade do serviço ou produto.

Como um administrador, o líder deve conhecer a estrutura organizacional da empresa, as suas normas administrativas, suas políticas. Deve controlar os custos, distribuir tarefas e acompanhar a sua execução; manter a disciplina; recomendar admissões, promoções e demissões; fazer respeitar as normas de higiene e segurança; zelar pela conservação das instalações e bem-estar dos empregados.

Como um instrutor, o líder deve orientar o seu pessoal, transmitir suas experiências; manter a equipe atualizada quanto ao uso de novas técnicas; providenciar o treinamento e a reciclagem do seu pessoal.

 

 

                                

                                UNIDADE VI

 

 

                                      LIDERANÇA ESPIRITUAL

 

P. T. Chandapilha, líder hindu de estudantes, definiu liderança cristã  como sendo “uma vocação em que há uma perfeita mistura de qualidades humanas e divinas, ou um trabalho harmonioso entre o homem e Deus, destinado ao ministério e bênçãos das demais pessoas.”

Os estudiosos sobre o assunto são unânimes em afirmar que na área espiritual os ingredientes da liderança secular não são suficientes para a atividade de um líder numa comunidade evangélica.

Apesar de terem aspectos comuns o líder natural e o líder espiritual têm entre si diferenças, senão vejamos:

 

 

 

                Líder Natural                                               

 

 

              Líder Espiritual

 

 

1- Auto-Confiante

2- Conhece os homens

3- Faz suas próprias decisões

4- Ambicioso

5- Origina seus métodos

6- Gosta de comandar os  outros              

7- Motivado por considerações

   pessoais

8- Independente               

 

 

 

 

 

 

1- Confia em Deus

2- Conhece a Deus

3- Procura a Vontade de Deus

4- Humilde

5- Encontra e segue os métodos de

    Deus

6- Tem prazer em obedecer a     Deus

7- Motivado pelo amor a Deus e aos

    homens

8- Depende de Deus

 

 

 

Apesar das diferenças, é bom que compreendamos que a liderança natural não é oriunda do próprio homem e sim de Deus, e alcança maior objetividade quando empregada no serviço de Deus e para a Sua Glória!

 

QUALIDADES ESSENCIAIS À LIDERANÇA CRISTÃ

 

É de fundamental importância que tenhamos em mente, de maneira bem clara, as qualidades essenciais que o líder cristão deve ter para o exercício de suas atividades na comunidade da qual faz parte.

A seguir, apresentaremos as qualidades essenciais, que a nosso ver, devem marcar a vida de um líder cristão.

 

                                   A Chamada

 

Dentre os salvos, Deus na Sua Sapiência, e segundo o beneplácito da Sua Vontade, tem chamado alguns, não todos, para exercerem atividade de liderança entre os demais.

A chamada para a liderança é irreversível, irresistível e pessoal. O Senhor chamou Paulo para exercer a atividade de liderança como Apóstolo e a chamada o alcançou na estrada de Damasco quando ia perseguir a Igreja do Senhor. (At. 9.1-19). Mais tarde, Paulo dava graças a Deus porque o separara e o chamara para o ministério. (Gl. 1.15).

A Igreja é uma comunidade onde os salvos se reúnem para o desenvolvimento espiritual, para a adoração a Deus, para a propagação do Evangelho e ainda para cuidar dos santos necessitados. Para cuidar dessa comunidade, o Senhor levantou algumas pessoas para liderá-la. É o que encontramos registrados em Ef. 4.11,12: “E Ele deu uns para apóstolos, e outros para profetas e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo”. Encontramos ainda em I Co. 12:28 que “Deus pôs na Igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro lugar mestres, depois operadores de milagres, e depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.” Em Rm. 12.6-8 encontramos também outra escritura que trata do assunto: “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos foi dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se for ministério, seja em ministrar, se é ensinar haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar, o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria.”

Além dos dons do ministério de Cristo, o Senhor tem escolhido oficiais para cuidarem das coisas concernentes às comunidades locais, ou seja, presbíteros e diáconos. “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda está, e que em cada cidade estabelecesses presbíteros como já te mandei.” Tt. 1.5. “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste negócio.”

Todos os que mencionamos acima exercem, de uma maneira ou de outra, atividades de liderança dentro da Igreja. A chamada deles é de Deus, e o homem não pode nem deve obstruí-la, porque eles foram levantados por Deus para dirigirem o Seu povo, isto pelo Espírito Santo.

 

                              A Capacitação

 

Em Lc. 9.1-6 a Bíblia diz que o Senhor Jesus chamou os seus discípulos para uma atividade especial e lhes deu a autoridade necessária para executá-la. Além do poder para expulsar demônios, pregar o Evangelho e para curar os enfermos o Senhor os capacitou com o conhecimento das instruções de Sua Palavra.

As pessoas chamadas por Deus para exercerem liderança no meio do Seu Povo são por Ele capacitadas para executá-la a contento. É o caso de Moisés que recebeu a capacitação divina em três fases: a primeira no Egito, aprendendo a ciência e cultura daquele povo. A segunda no deserto, trabalhando, meditando e observando. A terceira no Monte Horebe, quando recebeu de Deus, o poder e a autoridade necessários para tirar Israel da escravidão egípcia. Moisés recebeu a capacitação necessária para tirar o povo do Egito e levá-lo, durante quarenta anos, pelo deserto, enfrentando as mais terríveis provações, até chegar à terra da promessa, cabendo a Josué, seu servidor, agora guinado a posição de líder, introduzir o povo eleito na Palestina.

A capacitação de Paulo começou aos pés de Gamaliel, e passou pela estrada de Damasco e culminou no deserto da Arábia, onde recebeu a revelação do Senhor. Falando sobre a capacitação do líder ele dizia que a nossa capacidade vem de Deus.

Sabendo o líder cristão que a capacitação dele vem de Deus, deve se entregar totalmente nas mãos do Senhor para receber dele a unção necessária para o exercício da liderança. Deve também procurar constantemente a Palavra de Deus para conhecer todo o conselho do Senhor e nortear a sua vida de acordo com a vontade de Deus.

A capacitação vem do Senhor, mas o líder tem uma parcela de responsabilidade em buscar essa capacitação. Deus não vai capacitar quem não está interessado em ser capacitado. Há uma carência muito grande de líderes capacitados no meio do povo de Deus. O trabalho do Senhor está emperrado em muitas comunidades evangélicas, devido a falta de capacitação divina nos líderes, isso porque eles não pagam o preço necessário para que isso ocorra.  É imprescindível que o líder cristão gaste tempo diante de Deus em oração, e diante das Escrituras Sagradas, para através destes dois poderosos instrumentos receber do Senhor a capacitação necessária para uma vida poderosa no meio da comunidade da qual faz parte.

 

                                   A  Disciplina

 

Tem sido dito, acertadamente, que o futuro pertence ao homem disciplinado.

O Japão saiu da Segunda Grande Guerra arruinado e, no entanto, hoje é uma das economias mais sólidas do mundo. Qual o segredo do extraordinário progresso do Japão? Com certeza um dos segredos é a disciplina que os japoneses têm nos colégios, nas empresas, no lar, enfim em todas as atividades da vida. Outro segredo é a mentalidade do trabalho em equipe, contrapondo-se ao ocidental que é treinado desde pequeno a ser individualista.

A disciplina é uma das qualidades mais valiosas de um líder, porque sem a disciplina nenhuma das outras qualidades terá sucesso. É necessário que antes de liderar os outros o líder tenha disciplina sobre si mesmo. Uma vida disciplinada onde todas as coisas tenham os seus devidos lugares é preciosíssima aos olhos de Deus e dos homens.

A disciplina tem muito haver com o domínio próprio. O apóstolo Paulo, um dos maiores líderes cristãos, demonstrou na sua vida o valor da disciplina para o exercício da liderança: “Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar, mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”. (I Co. 9.26,27). Ainda sobre o assunto encontramos Paulo dizendo que a temperança, isto é o domínio próprio é uma das partes do fruto do Espírito. (Gl. 5.22).

Se o líder cristão não tiver uma vida disciplinada no que se refere ao tempo para estudar as Escrituras, ao tempo para orar, ao tempo para a freqüência ao trabalho cristão, ao tempo para todas as facetas do Reino de Deus, jamais ele se projetará como um líder autêntico, ao contrário, não terá a força do exemplo para convencer os seus liderados a um progresso espiritual adequado.

O Apóstolo Paulo escrevendo aos Filipenses e aos Coríntios nos dá uma idéia clara do que significa uma vida disciplinada. “Mas o que para mim era lucro passei a considerá-lo como perda por amor de Cristo; sim na verdade, tenho também por perda todas as coisas pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo”. (Fp. 3.7,8); “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.” (I Co. 2.2).

Conhecendo esta grande verdade resta-nos aos líderes que Deus levantou no meio do Seu povo, procurar viver uma vida disciplinada em tudo o que for útil para o progresso do Reino de Deus.

 

                             A Comunhão

 

O líder cristão deve procurar manter, a todo custo, a comunhão com Deus que começou desde o dia de sua conversão, sem a qual a sua autoridade de líder estará comprometida.

A Bíblia considera coisa séria, e ao mesmo tempo preciosa, a comunhão com o Espírito Santo. Na bênção apostólica a comunhão com o Espírito Santo está relacionada ao lado do amor de Deus e da graça do Senhor Jesus Cristo. (2 Co. 13.13).

Em I Jo. 1.3 encontramos que a nossa comunhão é também com o Pai e o Filho. Juntando os dois versículos 2 Co. 13.13 e I Jo. 1.3, chegamos a conclusão de que temos comunhão com a Santíssima Trindade. Devemos rogar que Deus nos conceda a graça necessária para que nunca venhamos a quebrar a comunhão que mantemos com Ele.

Além da comunhão com Deus temos também a comunhão com todos aqueles que professam a mesma fé que a nossa. “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros...” I Jo. 1.7.

Assim como devemos preservar a comunhão com Deus, assim também devemos preservar a comunhão com os santos. O líder cristão deve manter a comunhão com todos, mesmo com aqueles que divergem em alguns pontos não fundamentais da doutrina cristã, tais como governo de Igreja, maneira de realizar batismo, liturgia do culto, etc.

A falta de comunhão com outras lideranças tem prejudicado o desenvolvimento do Evangelho em muitas localidades. No lugar de se manterem em comunhão, vivem alguns líderes, lutando contra outros líderes e assim o esforço maior não existe, e o Evangelho, conseqüentemente, alcança pouco resultado. Diz-se da Igreja Neo-Testamentária que vivia em toda a Judéia, Galiléia e Samaria, que a mesma tinha paz, era edificada, e andava no temor do Senhor, pelo auxílio do Espírito Santo, e crescia em número (At. 9.31).

É mister que o líder evangélico se mire no exemplo da liderança da Igreja Primitiva, mesmo quando divergem sobre o método de trabalho no Reino, estendiam um para o outro a destra de comunhão, superavam os obstáculos e continuavam lutando na obra missionária. (Gl. 2.9).

Entenda-se como comunhão, o mantimento dos canais de comunicação abertos entre as partes envolvidas, o estreitamento dos laços fraternais, a amizade cristã, a obediência à vontade de Deus revelada em Sua Palavra.

 

                                  

 

 

 

                                    A Visão

 

O líder cristão deve ter uma visão ampla do Reino de Deus. O Senhor Jesus, em certa ocasião, mandou que os Seus discípulos levantassem os olhos e vissem a grandeza da seara (Lc. 10.2; Jo. 4.35).

Acontece que muitos líderes estão tendo uma visão micro da seara. Só vêem a comunidade local onde labutam e esquecem que o campo é o mundo, no dizer do Senhor Jesus Cristo (Mt. 13.38). Esquecem a imensidão da seara do Mestre e que a sua comunidade pode estender o raio de ação para mais adiante.

O líder cristão deve ter também a visão necessária para utilizar os recursos modernos no desenvolvimento do Reino de Deus. Somos advogados de que Deus no Seu plano eterno tem levado o homem ao desenvolvimento tecnológico a que chegou, e que a Igreja deve aproveitar este desenvolvimento para propagar o Reino de Deus. Quantas coisas boas existem hoje disponíveis e desprezadas pelas lideranças evangélicas. Por exemplo, as técnicas para lidar com grupos, tornando-os mais eficazes e produtivos. Pouquíssimos líderes evangélicos conhecem e usam essas técnicas e as comunidades evangélicas, que não deixam de ser um grupo social também, “marcam passo” sem um crescimento adequado, conforme as potencialidades que existem dentro delas.

A falta de visão talvez seja o mais grave problema enfrentado pelas lideranças atuais.

A Bíblia diz que Deus quer que tenhamos uma visão ampla do Seu Reino. O Senhor Jesus disse em Lc. 24.49 e At. 1.8 que os discípulos esperassem em Jerusalém o cumprimento da promessa do Pai - Seriam cheios do Espírito Santo e seriam testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. Os líderes apostólicos e a comunidade local, depois de receberem o poder do Espírito Santo no dia de Pentecostes, ficaram em Jerusalém com uma visão localizada do trabalho de Deus, apesar da ordem expressa de Jesus registrada em At. 1.8. Foi preciso que Deus permitisse haver uma grande perseguição após a morte de Estevão para que a Igreja se espalhasse por toda a Judéia e Samaria. (At. 8.1). Eles, os apóstolos,  continuaram em Jerusalém apesar de tudo, levando Deus a levantar outro líder, Paulo, para fazer o trabalho entre os gentios. (Gl. 2.7).

Uma visão ampla, macro, da Seara do Mestre deve ocupar a vida do líder cristão. Sem essa visão, ele pouco conseguirá realizar no Reino de Deus. 

 

                         A Inteligência Espiritual   

 

A inteligência espiritual é uma das virtudes que um líder cristão deve ter. Nós sabemos que existe outro plano de vida fora do humano, que é o espiritual. O Apóstolo Paulo fala que estamos em Cristo assentados nas regiões celestiais (Ef. 2.6), onde existe um mundo que só os que vêem são aqueles que têm fé no Senhor Jesus. Tratando ainda dessa esfera de vida, Paulo nos diz que “a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”. (Ef. 6.12).

A inteligência espiritual ou a sabedoria divina entra aí nessa esfera para percepção da ação do inimigo, da vontade de Deus, da ação do Espírito, da obra do ministério, das necessidades dos santos, etc.

Deve o líder cristão pedir a Deus sabedoria do alto para exercer a atividade de liderança satisfatoriamente. “Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus que a todos dá liberalmente...” (Tg. 2.25). Salomão quando se viu diante da porta aberta por Deus, que lhe dizia: “Pede-me o que quiseres e eu te darei”. Ele pediu ao Senhor sabedoria do alto para exercer a atividade de liderança no meio do povo de Israel. Tal pedido agradou a Deus que, além de sabedoria, deu-lhe também riquezas fabulosas. (2 Cr. 1.7-12).

A inteligência espiritual deve ser buscada da própria fonte que é Deus. A sabedoria do mundo não se compara com a sabedoria que desce do céu para o servo de Deus. A do mundo é considerada pela Bíblia como animal e diabólica (Tg. 3.15), enquanto a do alto é considerada como pura, pacífica, modesta, tratável e cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e hipocrisia (Tg. 3.17).

Quanto mais o líder cristão aproxima-se de Cristo e aprende dele mais adquire sabedoria espiritual, pois nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Cl. 2.3). Em I Jo. 2.20, lemos que servo de Deus tem a unção do Santo e em I Jo. 2.27, lemos que a unção nos ensina todas as coisas.

Com a inteligência espiritual aguçada e aprofundada, tem o líder evangélico a condição necessária para liderar o grupo que Deus colocou sob sua responsabilidade e, com a ajuda do Senhor, fazê-lo alcançar as metas estabelecidas na Palavra de Deus.

 

                                    A coragem

 

Na atividade de liderança, sempre surgem situações que requer do líder um posicionamento firme e corajoso. Quem tem medo de tomar decisões e de correr riscos deve abdicar de sua pretensão de ser um líder, pois todo o grupo estará olhando para o seu líder esperando dele que não fraqueje nos momentos difíceis da vida.

Nos registros bíblicos encontramos exemplos de homens corajosos como é o caso de Daniel e seus três amigos que se recusaram a obedecer à ordem do grande rei babilônico Nabucodonosor. A ordem tinha a ver com comidas sacrificadas a ídolos, o que era expressamente proibido para um judeu. Outro exemplo ainda é o dos três companheiros de Daniel, Sadraque, Mesaque e Abdenego, que se recusaram a se dobrar perante a estátua que o rei Nabucodonosor mandara erigir na planície de Dura (Dn. 3.1-12). Tanto neste exemplo como no anterior encontramos Deus honrando a coragem e a determinação de Seus servos, dando-lhes os livramentos necessários. Exemplos como o de Elias, desafiando o rei Acabe, a rainha Jesabel e os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal (I Rs. 18.20-40), do profeta Natã que enfrentou o rei Davi acusando-o do pecado cometido contra Urias (2 Sm. 12.7-12), merecem destaques. Ainda existem na Bíblia inúmeros exemplos de homens corajosos, que ocupando o espaço de liderança tomaram decisões até expondo a própria vida, mas ficaram firmes nos propósitos que Deus tinha para eles.

Sabemos pelas Escrituras que a nossa força vem de Deus, pelo Seu Espírito que habita em nós. Escrevendo aos Efésios (3.14-16), Paulo nos diz: “Por esta causa me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda a família, tanto no céu, como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o Seu Espírito no homem interior.”

Um líder pusilânime, fraco, descompromissado não conseguirá levar adiante a obra que Deus quer que seja realizada. Não há lugar para covardes no Reino de Deus. Não há lugar para fraquejo, retrocesso e retorno. “... Ninguém que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o Reino de Deus.”

 

                                A Humildade

 

A mensagem sobre a humildade, hoje, mais do que nunca, está soando no mundo como sinal de fraqueza, especialmente entre aqueles que exercem liderança. O líder geralmente acha que não comete erro, que não precisa, de vez em quando, fazer uma auto-análise de sua vida e fazer as correções necessárias.

O Senhor Jesus transmitiu uma mensagem claríssima sobre a humildade, contrapondo-se até ao conceito vigente de olho por olho e dente por dente. O Senhor deu uma nova concepção de valores. “Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado.” (Mt. 23.12). Além da mensagem, o líder máximo, O Senhor Jesus, deu o exemplo de humildade. Reunidos os discípulos no cenáculo, Jesus pegou toalha e bacia com água e lavou os pés deles, enxugando-os com a toalha. Após aquele ato exemplificativo o Senhor disse: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”. (Jo. 13.15).

Acredito que a grande tentação do líder cristão seja a falta de humildade para reconhecer as limitações e as suas fraquezas. Toma decisões erradas que ocasiona reflexo negativo no meio do povo e não procura fazer as reparações necessárias.

Segundo a Bíblia, a grandeza do homem não está na sua força, na sua sabedoria, mas, sobretudo, na sua humildade. Diz a Bíblia de Jesus, que o mesmo humilhou-se a si mesmo sendo obediente até a morte e morte de cruz, por isso Deus o exaltou soberanamente e deu-lhe um nome acima de todo outro nome. (Fl. 2.8,9).

Pedro e Tiago ensinaram a Igreja o caminho da humildade. Pedro disse que todos deveriam se “cingir de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”. Disse ainda Pedro: “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que há seu tempo vos exalte” (I Pe. 5.5,6). Tiago escreveu na sua carta o seguinte: “Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará”(Tg. 4.10).

De um líder cristão se espera mais do que de todos, uma vida onde as marcas da humildade estejam presentes.

O líder que não abre o seu coração para a humildade estará dando um péssimo exemplo para a comunidade evangélica a qual pertence. O bom cheiro de Cristo não será exalado de uma vida que não trilha o caminho ensinado e exemplificado pelo Senhor Jesus Cristo.

 

                                A Integridade

 

A integridade na vida de um servo de Deu tem muito a ver com os seus atos no dia a dia, com o seu testemunho. Alguém já disse que os nossos atos falam mais alto do que as nossas palavras. O Apóstolo Paulo escrevendo a Igreja de Corinto dava testemunho do que fazia, no que se refere ao assunto, e para não se desqualificar como líder: “Pois eu assim corro, não como indeciso, assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo a submissão, para que, depois de pregar a outros, eu mesmo não venha a ficar reprovado”. (I Co. 10.26,27).

Ninguém pode liderar no meio evangélico sem ter uma vida íntegra aos olhos de Deus e dos homens. A força de uma vida íntegra é extraordinária. O Senhor Jesus levou este assunto, na sua vida, ao extremo. Certa vez Ele desafiou os judeus, seus contemporâneos, a que achassem em Sua vida qualquer falha. “Quem dentre vós me convence de pecado?... (Jo. 8.46). Não foi à toa que Jesus disse aos Seus discípulos: “Eu vos dei o exemplo...”. (Jo. 13.15). O servo de Deus chamado para liderar, deve seguir os passos do Senhor, e viver uma vida limpa, descompromissada com o pecado, e consagrada inteiramente ao serviço do Mestre.

Os Escritos Sagrados dizem de Jó que ele era um homem íntegro e temente a Deus. (Jó 1.1). O Senhor Jesus quando viu Natanael, testemunhou: “... Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! (Jo. 1.47). O Apóstolo Paulo testificou que procurava sempre ter uma consciência sem ofensa diante de Deus e dos homens (At. 24.16).

Nas mínimas coisas o líder deve manter a sua vida limpa. Os compromissos assumidos devem ser criteriosamente cumpridos. A palavra, temperada com sal, deve ser um documento assinado. A palavra de um servo de Deus tem tanto valor aos olhos do Senhor quanto um documento assinado entre os homens. O Senhor Jesus, sobre o assunto nos disse o que está registrado em Mt. 5.37: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do maligno”.

Sem integridade de vida a liderança cristã estará comprometida, porque não serve de exemplo positivo para o povo, e certamente o povo não a levará a sério. Em sua primeira carta (5.3), o Apóstolo Pedro diz que o líder deve servir de exemplo ao rebanho.

Salomão deixou para o líder uma palavra poderosa que devemos guardar no coração e procurar vivê-la: “Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas”. (Pv. 22:1).

 

                                A Obediência

 

Acima de tudo deve o líder ser um exemplo de obediência à vontade de Deus revelada em Sua Palavra.

Jesus, o nosso líder supremo, deixou para nós um exemplo de obediência e submissão à vontade do Pai. No Getsêmani encontramos o Senhor, num momento de grande agonia dizer: “... Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”. (Mt. 26.39). Em Jo. 8.29 encontramos o Senhor dizendo que o Pai estava sempre consigo porque Ele fazia o que lhe agradava. Ainda em Jo. 6.38, lemos do Senhor o seguinte: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas à vontade daquele que me enviou”. (Examine ainda Jo. 5.30). Paulo testemunhando do Senhor Jesus Cristo disse em Fl. 2.8, o seguinte: “E achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”.

Quando Deus chamou a Josué para substituir Moisés na liderança do povo de Israel, exigiu dele obediência à Sua Palavra (Js. 1.8).

Ninguém pode ser um líder cristão eficaz se não trilhar o caminho da obediência. O Senhor Jesus disse em Jo. 15.14, que nós seríamos Seus amigos se fizéssemos o que Ele nos manda. Tiago em sua carta capítulo 1.22, nos diz que devemos ser cumpridores da Palavra e não somente ouvintes, enganando-nos com falsos discursos.

Se Jesus é a Cabeça da Igreja, como nós cremos, e dele emana os comandos para dirigir os passos do Seu Povo, todos, sem exceção, devem obedecê-lo em tudo, especialmente aqueles que foram chamados por Ele para exercerem liderança no meio da Igreja.

Perguntamos: como pode um líder evangélico exigir obediência dos outros aos preceitos divinos se ele mesmo é um contumaz desobediente? O Senhor Jesus censurou asperamente os escribas e fariseus do Seu tempo porque eles diziam e não faziam aquilo que a lei de Moisés preceituava, tornando vãs as suas palavras. “Portanto, tudo o que vos disserem, isso fazei e observai; mas não façais conforme as suas obras; porque dizem e não praticam”. (Mt. 23.3). Saul, o primeiro rei de Israel, tinha tudo para ser um líder eficiente. Era alto, forte, destemido, ousado, inteligente, tinha capacidade natural de liderança e, no entanto, falhou justamente no aspecto da obediência à vontade de Deus. Vejamos o que o profeta Samuel disse para ele: “... Porquanto rejeitaste a Palavra do Senhor, o Senhor te rejeitou a ti para que não sejas rei.”(I Sm. 15.23). Disse mais Samuel a Saul: “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça a voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que sacrificar, e o atender, do que a gordura de carneiros”. (I Sm. 15.22). Como conseqüência de sua desobediência, Saul perdeu o reino, que foi dado a Davi. O grande líder Moisés perdeu a bênção de entrar em Canaã porque feriu a rocha, símbolo de Cristo, duas vezes, quando Deus mandou apenas que ele falasse a rocha. (Nm. 20.8,11; Dt. 32.51,52).

Conhecendo estas grandes verdades, deve o líder cristão andar no caminho da obediência a Palavra de Deus.

 

                                   A Confiança

 

Para enfrentar os grandes desafios da liderança cristã é necessário que o servo de Deus tenha uma vida de fé. O Apóstolo Paulo deu o seu testemunho pessoal sobre o assunto. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl. 2.20).

A confiança ou a fé se coloca diante do líder cristão como uma das três maiores virtudes da vida cristã: A fé, a esperança e o amor (I Co. 13.13). Os embates da vida, os desafios constantes, as decisões que devem ser tomadas, as incompreensões, e tantas outras coisas, tudo isto requer do líder uma fé viva no Senhor. “O justo viverá pela fé”. O Apóstolo João em sua primeira carta (5.4) diz: “...esta é a vitória que vence o mundo; a nossa fé”. O Senhor fazendo referência sobre a vida pela fé nos diz: “Tudo é possível ao que crê”. (Mc. 9.23).

Todas as bênçãos da vida cristã são recebidas pela fé. Pela fé somos perdoados (Lc. 5.20); somos justificados (Rm. 5.1); somos adotados (Gl. 3.26); somos salvos (Ef. 2.8); somos curados (At. 3.16); temos acesso à graça de Deus (Rm. 5.2; Ef. 3.12); recebemos o Espírito (Gl. 3.14; 3.2); somos mais que vencedores (I Jo. 5.4), etc. É por isso que o Senhor Jesus disse: “Tende fé em Deus”. (Mc. 11.22).

Segundo a Bíblia, o servo de Deus pode ter pouca fé. (Mt. 14.31); pequena fé (Mt. 17.20); grande fé (Mt. 8.10); está cheio de fé (At. 6.5), etc. A fé que temos pode crescer ou decrescer em nossas vidas depende do nosso posicionamento quanto ao estudo sistemático da Palavra de Deus, na ênfase a prática da oração, e ao engajamento no trabalho de Deus.

A comunidade evangélica espera dos seus líderes uma confiança inabalável na Palavra de Deus. O líder que não confia no Senhor de todo o seu coração não conseguirá inspirar confiança no grupo que lidera. Não conseguirá levar o grupo para lugar algum. Os grandes empreendimentos no Reino de Deus, em sua comunidade, se apresentarão apenas como um sonho inatingível.

                                    O Zelo

 

“Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus...” II Co. 11.2. Esta revelação foi feita pelo Apóstolo Paulo. Ela mostra como todo o líder cristão deve ser com relação às coisas referentes ao Reino de Deus.

O líder deve ser zeloso no que se refere às coisas materiais consagradas ao serviço divino e deve ser zeloso, especialmente, com a comunidade evangélica na qual exerce a atividade de liderança.

Há muitos líderes evangélicos que são extremamente zelosos com as instalações e com os bens da Igreja, mas não mostram o devido zelo com o povo de Deus, não amam o povo, não choram com os que choram, não estão atentos às dificuldades e agruras dos crentes.

O Senhor Jesus, o exemplo maior de liderança, tinha esta dupla preocupação. No Templo de Jerusalém, na sua última visita, Ele demonstrou um zelo extraordinário para com as coisas consagradas ao serviço divino. “E não consentia que ninguém atravessasse o templo levando qualquer utensílio”. (Mc. 11.16). Também encontramos Jesus demonstrando um zelo maior pelos seus servos. Vejamos a revelação que Ele fez a Pedro: “... eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça...”. (Lc. 22.31,32). Mais tarde, em Sua oração sacerdotal, Jesus revelou o seu zelo (cuidado) que tivera pelos Seus discípulos: “Enquanto eu estava com eles, eu os guardava no teu nome que me deste...” Jo. 17.12. Pelo exposto acima, concluímos que Jesus era zeloso tanto no que se refere às coisas consagradas ao serviço divino, bem como quanto ao que se refere às pessoas que lhe pertenciam.

O líder cristão deve ser extremamente zeloso no seu ministério. Escrevendo aos Romanos, Paulo disse que no zelo o crente não deve ser vagaroso (Rm. 12.11). Falando aos Colossenses sobre Epafras, um dos líderes daquela Igreja, Paulo disse que ele tinha grande zelo por eles e também pelos crentes que estavam nas localidades de Laodicéia e Hierápolis. (Cl. 4.12,13).

Considerando que o Senhor é um Deus zeloso e que os líderes bíblicos, seguindo o exemplo e os passos de Jesus, também o eram, deve o líder cristão hodierno procurar em tudo ser zeloso de boas obras, conforme registro encontrado em Tito 2.14.

 

 

                                UNIDADE VII

 

AS FASES DA LIDERANÇA CRISTÃ

 

 

                                                  Introdução

               O estudo da liderança é de suma importância, principalmente, na época em que estamos vivendo, a fim de ajudar o homem escolhido por Deus a ter sucesso em sua missão. O desconhecimento deste magno assunto leva o líder cristão a incorrer em erros e problemas que poderiam ser evitados, caso fossem tratados de acordo com as técnicas de liderança conhecidas nos livros que versam sobre o assunto.
               Neste artigo, abriremos uma janela por onde poderemos descortinar a possibilidade de melhorarmos o exercício da liderança no meio do povo de Deus. Diante disto, na janela aberta, descortinaremos as fases macros da liderança cristã: A Chamada para a Liderança, A Capacitação para a Liderança, A Definição do Espaço da Liderança, O Exercício da Liderança e a Recompensa da Liderança.
               O aprofundamento do assunto, caso se deseje, deverá ser buscado nos livros que tratam do assunto, existentes no mercado e aos pés do Senhor em oração.
               Antes de desenvolvermos sucintamente as fases da liderança cristã, é conveniente fazermos conhecidas dois conceitos sobre Liderança:
a) Liderança Natural: “Pode ser definida como sendo aquela qualidade num homem, que inspira suficiente confiança a seus comandados de modo a aceitarem suas idéias e obedecerem ao seu comando”.
b) Liderança Cristã: “É uma vocação em que há uma perfeita mistura de qualidades humanas e divinas, ou um trabalho harmonioso entre o homem e Deus destinado ao ministério e bênção das demais pessoas”.

                 Nas definições de Liderança constantes dos Manuais de Administração é comum encontrarmos as expressões: “ser aceito e respeitado pelo grupo”, “Capacidade de unir e manter coeso o grupo”; “Manter um bom relacionamento com o grupo”; “Identificação com o grupo”; “Levar o grupo a consecução dos objetivos”; “Influenciar”; “Inspirar confiança”, etc.

 

A Chamada para a Liderança

“Paulo chamado pela vontade de Deus, para ser apóstolo de Jesus Cristo...”

1 Co 1.1
        
                 A Chamada da genuína liderança cristã vem exclusivamente de Deus. Na obra de Deus ninguém deve querer levantar-se a si mesmo como líder, isto é o que entendemos estudando a Bíblia Sagrada. O Senhor, segundo o beneplácito de Sua Soberana Vontade, tem escolhido e chamado pessoas, de ambos os sexos, para exercerem atividade de Liderança no meio da Igreja. Para consolidar o assunto, mostraremos alguns versículos bíblicos: “Veio a mim a Palavra do Senhor dizendo: antes que eu te formasse no ventre, te conheci e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta”, Jr 1.4, 5. “Mas quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe separou, e me chamou pela Sua graça” Gl 1.15. “Jesus subiu a um monte, e chamou os que ele quis...” Mc 3.13. “Paulo, servo Jesus Cristo, chamado para apostolo, separado para o Evangelho de Deus” Rm 1.1.
                A Chamada eficaz para a liderança alcança o salvo onde e quando Deus achar conveniente. Com Paulo, foi na estrada de Damasco quando ia perseguindo a Igreja do Senhor. Com Moisés, foi no monte Horebe na visão da sarça ardente. Com Samuel, foi na Casa do Senhor. Com Pedro, André, Tiago e João foram às margens do Mar da Galiléia. Com Mateus, foi no local onde ele trabalhava, e assim por diante.
               Entendendo que a Chamada é divina, nós devemos orar como Jesus ensinou em Lucas 10.2, para que Deus envie obreiros para a Sua Seara, ou seja, levante lideranças firmes, vocacionadas e eficazes para o Seu trabalho.

 

A Capacitação para a Liderança

“... Mas a nossa capacidade vem de Deus” 2 Co 3.5


             As pessoas chamadas por Deus para exercerem a atividade de liderança são por Ele capacitadas para a executarem a contento. Deus, quando chama, se responsabiliza para capacitar a pessoa. A capacitação, segundo o propósito divino, é de acordo com a atividade de liderança que o Senhor tem designado para o seu servo. A Bíblia diz que quando o Senhor distribuiu os talentos deu a cada um segundo a sua capacidade (Mt 25.15). Referindo-se aos dons carismáticos, Paulo diz que o Espírito Santo os distribui particularmente a cada um como quer (1 Co 12.11). Entendemos por estes e outros textos bíblicos que a capacitação de Deus pode diferir de uma pessoa para outra. Deus, quando chamou a Moisés, o capacitou poderosamente para a grande tarefa que queria que ele realizasse: Tirar Israel do Egito e conduzi-lo até a terra da promessa. A capacitação de Moisés, como a de Paulo, começou muito antes da experiência de conversão. Moisés, no Egito, foi instruído em toda a ciência e sabedoria daquele grande povo (At 7.22). Paulo, nascido em Tarso, foi instruído aos pés de Gamaliel em Jerusalém, uns dos maiores mestres do seu tempo, (At 22.3). A capacitação de Moisés continuou no deserto de Midiã, pastoreando o rebanho de Jetro, seu sogro, e culminou com a concessão do poder de Deus, na experiência da sarça ardente, no Monte Horebe. A de Paulo continuou na estrada de Damasco, quando daquela experiência em que ouviu a voz do Senhor e viu a Sua luz e culminou naquela cidade quando foi cheio do Espírito Santo, após receber a imposição de mãos de Ananias. Tanto Paulo como Moisés foram capacitados por Deus para o exercício dos seus respectivos ministérios. Foram capacitados com profundo conhecimento humano, capacitados com um profundo conhecimento das Sagradas Escrituras e com concessão do poder de Deus.
               Como em toda a Bíblia se percebe, as áreas da soberania divina e da responsabilidade humana andam juntas. Devemos entender que nessa área de capacitação a mesma coisa deve ser considerada. Deus tem feito Sua parte e nós também devemos fazer a nossa, no que se refere à capacitação. Para isso temos que dedicar mais tempo a oração, ao estudo da Palavra de Deus, a termos humildade de aprendermos como os nossos erros e com os dos outros e dedicarmos mais tempo a leitura em geral, especialmente, desse precioso assunto.

 

A Definição do Espaço da Liderança

“Mas, agora, Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis” 1 Co 12.18

              Diante do que já vimos desenvolvendo, começamos a perceber que o Deus que chama e capacita, define também o espaço para que o seu servo exercite a atividade de liderança. É o que chamamos do homem certo no lugar certo. Se um homem foi chamado e capacitado para ser um Evangelista jamais será eficaz como Pastor. A mesma coisa acontece com um Pastor. Ele pode fazer a obra de um Evangelista como orientou Paulo a Timóteo (2 Tm 4.5), mas não será tão eficaz quanto um homem chamado para ser Evangelista. Um Evangelista só vê diante de si uma necessidade que é a de salvar almas, e, na propagação do Evangelho, ele é altamente eficaz. Já o Pastor tem a grande responsabilidade de pastorear as pessoas que já encontraram a salvação em Cristo Jesus.
              A questão de definição de espaço é muito importante. Somente dentro do espaço reservado por Deus é que seremos líderes eficazes. A dificuldade que João marcos, sobrinho de Barnabé, sentiu foi a de justamente não ter sido chamado por Deus para ocupar o espaço na Obra Missionária da Igreja de Antioquia. O Espírito Santo tinha separado Barnabé e Paulo e não João Marcos. O resultado todos nós conhecemos, inclusive sendo ele a causa da separação daqueles dois grandes servos de Deus (At 13.1-5,13 e 15.36-39). Coré, Datã e Abirão sofreram duras conseqüências quando tentaram ocupar o espaço da liderança não designado por Deus. (Nm 16.1-3). O Caso de Saul, primeiro rei de Israel, mostra um líder querendo ocupar o espaço designado por Deus para outro líder (1 Sm 13.8-13). Também para ele a conseqüência não foi boa.
                Assim como Paulo que tinha consciência do espaço reservado por Deus para o seu ministério (Gl 2.7,8), assim também devemos ter certeza do lugar onde Deus quer que desenvolvamos a nossa capacidade de liderança. Isto é possível se buscarmos a vontade de Deus para nossas vidas (Rm 12.1, 2; Ef 5.17).

 

O Exercício da Liderança

“Contanto que cumpra, com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus”. At 20.24

                 Chamado, capacitado e ocupando o espaço definido por Deus, começa o líder a exercer a sua atividade de liderança sob a bênção do Todo-Poderoso. Os frutos serão abundantes na medida em que ele for sendo fiel ao Senhor. Foi assim com Paulo, com Moisés, com Davi, com Salomão e com inúmeros servos de Deus ao longo da história bíblica e também da Igreja. Vejamos apenas um exemplo que foi o de Paulo. “Servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: apartai-me a Barnabé e a Paulo para a obra que os tenho chamado. Então depois de jejuarem e orarem, impuseram sobre eles as mãos e os despediram. Assim, enviados pelo Espírito Santo...” At 13.2-4.

              Chamado, capacitado, ocupando o espaço de Deus reservado para ele, vai agora Paulo confiante exercer o seu ministério, no caso, a sua primeira viagem missionária. Depois de executar aquela obra voltou para Antioquia, onde tinha sido recomendado à graça de Deus, juntamente com o seu companheiro Barnabé para a obra que acabara de realizar. “... Quando chegaram reuniram a Igreja, relataram quão grandes coisas o Senhor fizera por eles, e como abrira as portas aos gentios”. At 14.26, 27.
              Escrevendo a Timóteo, o Apóstolo Paulo lembra ao jovem líder a necessidade de, no espaço definido por Deus, cumprir o ministério para o qual fora chamado. “... Cumpre o teu ministério”. 2 Tm 4.5.
              É bom lembrar que no exercício da liderança surgem muitas lutas e problemas. Em nossa opinião, uma das maiores dificuldades que o líder cristão vai enfrentar é consigo mesmo, principalmente se ele tiver características autocráticas. Certamente, sentirá grandes dificuldades em delegar autoridade para que outros executem alguma tarefa. Terá dificuldade de trabalhar em equipe, de envolver a Igreja ou o grupo com uma metodologia de trabalho democrática. Sentirá também dificuldade de conviver harmoniosamente com outras lideranças, e assim por diante.
             Acreditamos que, pensando nessa tendência do líder autocrático querer dominar e controlar tudo é que o Espírito Santo usando a instrumentalidade de Pedro diz: “Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu... Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente, não por torpe ganância, mas de boa vontade; não como dominadores dos que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho”. 1 Pe 5.1-3.

 

A Recompensa da Liderança

“...E, se alguém me servir, meu Pai o honrará”. Jo 12.26

              Sabemos pelas Sagradas Escrituras que o trabalho cristão tem sua recompensa determinada por Deus. Escrevendo aos Coríntios, Paulo disse: “Portanto, amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na Obra do Senhor, sabendo que, no Senhor Jesus Cristo o vosso trabalho não é vão” 1 Co 15.58. O nosso Senhor Jesus Cristo falou também sobre uma recompensa designada por Deus para aqueles que o servem fielmente: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terra, por causa do meu nome, receberá cem vezes, herdará a vida eterna” Mt 19.29. O apóstolo Paulo tinha uma convicção profunda sobre a recompensa que iria receber do Senhor; “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” 2 Tm 4.7, 8. O apóstolo Pedro também feriu o assunto quando disse: “... e quando se manifestar o sumo Pastor recebereis a imarcescível coroa de glória” 1 Pe 5.1-4. No livro do profeta Daniel, encontramos uma palavra dita pelo Senhor sobre o assunto àquele servo Seu: “Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte no fim dos dias” Dn 12.13.
               Para àqueles líderes que desempenharam bem o seu papel, certamente receberão do Senhor a recompensa devida, conforme as promessas registradas em Sua Santa Palavra. Acreditamos que o líder deve trabalhar para Deus não visando uma recompensa e sim por gratidão. A recompensa é uma conseqüência natural de um bom trabalho. Deus é fiel e dará a cada um segundo a sua obra.

                                                Conclusão

              Temos visto que para se ter sucesso na vida cristã, como líder, a pessoa tem que ter sido chamada e capacitada por Deus, tem que ter de maneira bem clara, em seu coração, a noção do espaço de liderança definido por Deus, tem que estar trabalhando sob a direção divina e ter confiança nas promessas recompensadoras do Senhor.

 

UNIDADE VIII

 

             O ESTILO DE LIDERANÇA DE JESUS

 

É de suma importância que os que foram galgados a uma posição de liderança no meio do povo de Deus, procurem mirar-se no exemplo deixado por Jesus, em todas as áreas, especialmente na área de liderança.

Antes mesmo que as técnicas modernas de liderança fossem desenvolvidas e testadas em laboratório, o Senhor Jesus, em quem reside todo o conhecimento da sabedoria e da ciência, já as usava no cotidiano do Seu ministério público.

Vejamos algumas técnicas de liderança utilizadas por Jesus:

 

1 - Jesus escolheu bem a sua equipe

 

Jesus escolheu aqueles homens que teriam condições de ajudá-lo em Seu ministério, e também dar continuidade a Sua obra quando partisse deste mundo. O Senhor sabia o que era colocar o homem certo no lugar certo, o que é o dilema maior de todo administrador moderno.

Além de escolher bem os Seus, a Sua equipe de trabalho, Jesus distribuiu atividades e responsabilidades. Tinha Pedro, Tiago e João, que poderíamos chamá-los de imediatos, visto que eram os que estavam mais próximos dele, em todos os passos do Seu ministério. Tinha um que tomava conta das finanças do grupo. Tinha aqueles dois que sempre chegavam primeiro nas localidades para onde o Senhor ia, a fim de preparar-lhe pousada, e assim por diante.

 

2 - Jesus delegou autoridade para a execução da obra

 

O Senhor como líder, delegou autoridade aos seus comandados, que chamou apóstolos, ele abriu os espaços para que as potencialidades dos Seus fossem utilizadas ao máximo. Vemos isso, quando Ele capacitou-os com o poder do Céu para expulsarem demônios e curarem todo o tipo de enfermidades. A delegação de autoridade foi tão grande que chegou à ponto de autorizá-los a perdoarem pecados. “Aqueles a quem perdoardes os pecados lhe serão perdoados; aqueles a quem o retiverdes lhe serão retidos” (Jo. 20:23).

A delegação de autoridade é a via crucis de um líder com características autocráticas. A pessoa que tem esta característica resiste delegar autoridade, muitas vezes por causa de ciúme e muitas vezes por medo.

O verdadeiro líder delega autoridade, pois sabe que à medida que o trabalho cresce não conseguirá fazer tudo sozinho.

Este pensamento mesquinho, que alguns líderes têm, é a causa básica do fraco crescimento que existe em muitas comunidades evangélicas, e de sufocamento de muitas lideranças promissoras.

 

3 - Jesus se comunicava bem

 

A comunicação é o problema básico de todo o agrupamento humano. A comunicação abrange quatro fases: O emissor, a mensagem, o meio de comunicação e o receptor. O emissor  é aquele que emite a mensagem. A mensagem é aquilo que deve ser conhecido do receptor. O meio de comunicação é o canal por onde a comunicação flui. O receptor é o destinatário da mensagem.

O Senhor Jesus tinha consciência clara disso. Ele se comunicava bem. A sua comunicação era bilateral. Os monólogos foram muito poucos na vida do Senhor. Em diversas ocasiões, encontramos Jesus provocando o diálogo, como no caso da mulher samaritana, registrada em Jo. 4, e no caso dos discípulos no caminho de Emaús. Quanto as parábolas que o Senhor Jesus proferiu, o seu significados era dito a Sua equipe de trabalho. Jesus não escondia informações, nem “o leite” aos Seus auxiliares. “Tudo Ele explicava aos Seus discípulos em particular”. (Mc. 4.34). Jesus sempre se encontrava disponível para ouvir o povo, tinha tempo para ouvir a todos. A Sua conversa era agradável, grave, sincera. Valia à pena ouvir e conversar com Jesus. Bem razão tinha Maria de Betânia quando sentada aos pés do Senhor ouvia a Sua Palavra. (Lc. 10.38-42).

Que os líderes atuais aprendam com Jesus a ouvir o povo, a conversar com ele.

No uso da comunicação, Jesus deu ênfase ao feedback, isto é, ao retorno da informação que dava. Em certa ocasião, ele perguntou aos Seus que diziam os homens dele, inclusive fez esta pergunta aos discípulos: “É vós quem dizeis que eu sou?” (Mt. 16.15).

Há muitos líderes cristãos que não estão preocupados com o feedback. Não procuram saber como é que o povo encara a sua liderança, se agrada ou não. O feedback é importante na vida do líder cristão para fazer as correções necessárias na sua maneira de agir. Jesus não precisava de feedback porque conhecia tudo e todos, mas nós precisamos, como homens limitados que somos.

 

4 - Jesus deu ênfase no trabalho, à produção, à meta

 

O Senhor Jesus como líder deu uma ênfase extraordinária à execução da tarefa. Era exigente com aqueles que trabalhavam com Ele. “O que lança mão do arado e olha para trás, não é apto para o Reino dos Céus.”(Lc. 9.62). Certa feita, Ele convocou um homem para o trabalho e não aceitou a sua escusa. “Deixa os mortos sepultar os seus mortos e tu vai e prega o Reino de Deus.”(Lc. 9.60). Jesus, na parábola dos talentos, mostrou que não admitia pessoas na Sua seara, sem o dinamismo necessário para o desenvolvimento do Seu trabalho. Censurou rispidamente o servo que recebeu um talento e o escondeu com medo do seu senhor.

Jesus não somente exigia trabalho dos outros, mas dava o exemplo. Era um trabalhador incansável. “Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também (Jo. 5.17). “Uma comida tenho que vós não conheceis: A minha comida é fazer a vontade do meu Pai e realizar a Sua Obra”. (Jo. 4.32,34).

 

5 - Jesus deu ênfase nos recursos humanos

 

A preocupação do Senhor Jesus como líder em relação a Sua equipe de trabalho não foi só com a produção, com a execução da tarefa, mas também com os Recursos Humanos, isto é, com o homem que executava o trabalho. Jesus sabia que um homem treinado, motivado e capacitado, teria condições de realizar a tarefa a contento. Durante três anos, o Senhor treinou os Seus apóstolos, motivou-os e capacitou-os para o serviço cristão. De maneira que, após a capacitação plena, que veio no dia de Pentecostes, aquele pequeno grupo de discípulos, direta ou indiretamente, fez a mensagem do Evangelho conhecida de todo o mundo de então.

A preocupação de Jesus com os Seus discípulos não era só na área da capacitação para executar a tarefa, mas também com o suprimento de suas necessidades. Os discípulos que trabalhavam com afinco, sem tempo para descansar, dado o volume do trabalho, Ele chamou-os à parte para repousar (Mc. 6.31). As necessidades básicas de alimentação, vestimenta, segurança, etc., foram objetos da atenção do Amado Mestre. (Mt. 6.25-34). Quando das duas multiplicações dos pães, todos os apóstolos, além de comerem fartamente, ainda levaram pães para uma boa parte da caminhada. (Mc. 6.43; 8.8). Os discípulos, em certa ocasião, depois de passarem a noite toda pescando sem sucesso, seguiram a orientação de Jesus e pescaram 153 grandes peixes, a ponto de o barco quase soçobrar. Quando chegaram à praia encontraram brasas, peixes assados e pão. Era a provisão divina para as suas necessidades materiais.

Outra preocupação que Jesus tinha com os seus discípulos, era quanto à proteção e o cuidado que demonstrava para com eles. Em certa ocasião, perguntou aos escribas o que é que eles discutiam com os seus discípulos (Mc. 9.14-16). Noutro momento, o Senhor revelou a Pedro que Satanás tinha pedido permissão a Deus para cirandar com ele, mas disse Jesus, Eu roguei por ti para que a tua fé não desfaleça (Lc. 22.31).

O líder verdadeiro se preocupa com o bem-estar daqueles que estão debaixo de sua liderança.

O estilo de liderança que dá alta ênfase ao trabalho e alta ênfase a pessoa que executa o trabalho, é o estilo ideal, segundo a opinião dos estudiosos sobre o assunto, inclusive, isso já foi testado em laboratório. No Grid Gerencial esse é o estilo 9.9, o melhor de todos para qualquer organização produtiva. Há quase dois mil anos atrás, o Senhor Jesus já usava esse estilo e o enfatizava.

Muitos administradores modernos falham justamente nessa área. Uns dão ênfase só à produção, ao trabalho. Esses acham que o homem é apenas uma peça numa engrenagem, que deverá ser substituída quando falhar. Outros só dão ênfase aos recursos humanos sem se preocupar com a produção, com o trabalho. São paternalistas. Não corrigem, não disciplinam, não chegam a lugar algum. Mantêm o grupo inoperante, sem efetiva ação.

O ideal como vimos, é o estilo de liderança empregado por Jesus, resumido em alta produtividade e alta satisfação das necessidades humanas.

 

6 - Jesus organizou bem o trabalho que iria ser feito

 

Cada coisa no seu devido lugar. Jesus não gostava de nada desorganizado; fazia as coisas com ordem e decência. Um exemplo vivo disso, é encontrado na primeira multiplicação dos pães, registrada em Lc. 9.10-17. O Senhor mandou que todos os presentes se assentassem em grupos de cinqüenta. Os pães e os peixes multiplicados foram entregues aos discípulos e eles os entregaram a multidão. Imaginem se Jesus pegasse os pães e os jogassem ao povo. Seria um verdadeiro pandemônio e certamente muita gente iria ferir-se e talvez até morrer pisoteada. Outro exemplo claro na área de organização, foi à distribuição dos talentos. O primeiro recebeu cinco talentos, o segundo dois talentos e o terceiro um talento, cada um de acordo com a sua capacidade.

A organização do trabalho é uma necessidade muito grande para aqueles que ocupam posição de liderança nas Igrejas. Muitos falham nessa área. Quantos líderes evangélicos que existem hoje em dia com pouquíssima noção de organização! Isso nós vemos a partir das mensagens e estudos bíblicos proferidos. Faz-se necessário que o líder cristão, organize seu mundo interior, suas idéias, seus compromissos, sua família, etc. O universo, criação do Senhor, é acima de tudo um universo organizado. As leis que o regem, estabelecidas e organizadas pelo Criador, são eternas e imutáveis. Tudo se move no Universo com precisão milimétrica. Há um equilíbrio fantástico na criação do Senhor. Toda essa organização esplendorosa saiu da mente do Santo Filho de Deus. “... Sem ele nada do que foi feito se fez!”. (Jo. 1.3).

 

7 - Jesus planejava as atividades que ia executar

 

O planejamento é uma atividade fundamental na vida de um líder. O Senhor Jesus planejava as suas atividades e ensinava aos outros que deveriam planejá-la também. Certa feita ele perguntou aos que estavam presentes, qual era o rei que sairia para combater outro rei, sem que primeiro procurasse saber a força do seu adversário e se com um exército numericamente inferior poderia combater um numericamente superior (Lc. 14.31,32). Quando Jesus organizou o colégio apostólico instituiu uma tesouraria, cujo responsável era Judas Iscariotes, justamente para fazer face às despesas financeiras do cotidiano do Seu ministério. O dinheiro coletado era para atender um planejamento de suas atividades que, evidentemente, exigia despesas com alimentação, estada, etc. O roteiro do Seu ministério que envolveu a Judéia, Samaria e Galiléia, mostra que o Senhor seguia um planejamento bem definido: “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da Casa de Israel”, disse Ele certa feita a mulher sírio-fenícia (Mt. 15.24).

Sabemos de muitos líderes evangélicos que falham muito na área do planejamento. Às vezes, levam as comunidades às quais pertencem a tomar decisões sem pensarem nas conseqüências futuras. Jesus não fez assim. Ele nos deixou um grande exemplo de uma líder que planejava as suas atividades.

 

 

                          

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