Tamanho da letra:

 

     

Os três tempos do Apocalipse (II)

 

 

 

“Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” Ap 1.19

 

      No artigo acima falamos sobre o tempo passado do Apocalipse (as coisas que vistes), que trata da obra redentora realizada por Cristo na cruz, de sua consequente ressurreição, ascensão, e entronização nos Céus donde governa o universo e mui especialmente aqueles que humildemente se submeteram ao seu senhorio.

 

      No tempo presente do Apocalipse (as coisas que são) é dada ênfase a Igreja de nosso Senhor Jesus, na sua história, desde o seu nascimento no dia de Pentecostes até o seu arrebatamento quando da segunda vinda do Senhor. Essa história é representada pelas sete Igrejas da Ásia Menor, identificadas no livro (Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia). Uns estudiosos acham que cada igreja dessas representa um período da história da Igreja. Outros divergem. O importante é que entendamos que toda a Igreja do Senhor Jesus em todas as épocas estão aí identificadas e contempladas, pois o número sete na Bíblia, mui especialmente no livro de Apocalipse, quer dizer a coisa completa, na sua inteireza.

     Se observarmos atentamente nas sete cartas destinadas as Igrejas do Apocalipse podemos constatar quatro grandes verdades: 1) O Senhor Jesus é quem destina a mensagem a Igreja, representada pelo seu Pastor (o anjo da Igreja); 2) O Senhor Jesus está atento ao que se passa dentro de sua igreja, pois nas sete cartas ele faz uma análise da vida interna delas identificando falhas e virtudes; 3) para cada uma das Igrejas o Senhor faz uma advertência para que conserve a fé, a pureza doutrinária e moral; 4) Ainda para cada Igreja o Senhor Jesus faz uma promessa ao vencedor, revelando a responsabilidade pessoal e a consequente recompensa reservada para cada um.

      Ainda nessas cartas encontramos algumas frases comuns a todas elas, senão vejamos: “Ao anjo da Igreja escreve”; “Eu sei as tuas obras”; “Ao que vencer”; “quem tem ouvidos para ouvir ouça o que o Espírito diz as Igrejas”. Podemos extrair dessas frases as seguintes verdades: 1) cada Igreja local tem uma pessoa responsável diante de Deus por ela que é o seu Pastor auxiliado pelos Presbíteros da Igreja; 2) O Senhor Jesus conhece nos mínimos detalhes a vida de todos aqueles que fazem parte de uma Igreja local, sendo isso uma manifestação de um dos seus atributos, no caso a onisciência; 3) Cada crente em Cristo tem o dever de zelar pela sua vida em todas as áreas procurando em tudo vencer as tentações da carne, do mundo e do diabo, pois o Senhor tem reservado uma recompensa para o vencedor; 4) O Espírito Santo foi dado a Igreja para está com ela durante a sua existência na face da terra, e que esse Espírito exerce o seu ministério, exortando, edificando e consolando, através dos dons carismáticos dados aos crentes e especialmente através da ministração da Palavra de Deus, daí a expressão “quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz as Igrejas.

      Vê-se também nessas cartas que numa Igreja local tem crentes de diversos tipos. Tem aqueles que perderam o seu primeiro amor como os de Éfeso. Têm crentes fiéis e consagrados como os de Esmirna e Filadélfia, capazes de darem a sua vida por amor a Cristo, têm crentes comprometidos com falsos ensinos como os de Pérgamo e Tiatira e têm crentes que contaminaram as suas vestiduras como os de Sardes, e ainda tem crente que nem são frio nem quente como os crentes de Laodicéia.

      Espelhemo-nos nessas cartas irmãos e procuremos ser achados vivendo de tal maneira que agrade a Deus.                          Pr. Eudes Lopes Cavalcanti