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Reflexões no Evangelho de Marcos

 A Figueira sem Frutos  (Mc 11.11-14)

       O texto em apreço relata que no primeiro trajeto de Jesus entre Betânia, onde tinha pernoitado, e Jerusalém em sua última semana, Jesus teve fome e vendo uma figueira foi procurar nela fruto e não encontrou senão folhas. Decepcionado por não ter encontrado fruto, Jesus amaldiçoou a figueira dizendo: “Nunca mais coma alguém fruto de ti”. O intrigante no relato de Marcos é que nos é dito que não era tempo de figos. É bom que se explique essa questão, pois poderíamos pensar que o Senhor Jesus num momento de raiva amaldiçoou uma árvore por não ter encontrado fruto quando não era estação própria para isso. Acontece que esse tipo de árvore na Palestina produzia fruto duas vezes por ano.  Uma em março onde surgiam pequenos botões comestíveis que caem antes da formação dos verdadeiros figos, que amadureciam em junho. Quer dizer que onde havia folhas deveria haver frutos (botões comestíveis) e se não tivesse esses botões não haveria os frutos de junho. Esse incidente fora profético para Israel, que tinha uma aparência de religiosidade (folhas), mas não produzia frutos para Deus.

      Esse incidente ainda nos reporta ao que o Senhor Jesus disse no Evangelho de João (15) e nos leva a fazer com ele uma analogia com a Igreja. No texto de João, Jesus falou que Ele era a videira e nós os cristãos as varas. Ele disse que o galho que estivesse nele deveria produzir frutos. Disse ainda que os galhos que produzisse frutos seriam limpos para produzir mais frutos ainda e os que não produzisse frutos seriam cortados ou podados.

     Quando li o texto “nunca mais coma alguém fruto de ti”, lembrei-me do perigo que correm aqueles crentes que vivem  entristecendo o Espirito Santo com suas más ações. Quem persiste no erro, Ele deixa de operar neles e apaga-se a chama divina em seus corações. Esses irmãos já não estão sendo usados por Deus, estão inoperantes, os dons enterrados. Ninguém estar “comendo” fruto produzido por esses irmãos. Misericórdia! Pensem nisso!     Pr. Eudes Lopes Cavalcanti