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A Oração do Pai Nosso (A Vontade de Deus)

 

“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém”.

     As Sagradas Escrituras nos revelam que o Deus dos Céus, o Deus verdadeiro, é um ser pessoal tendo, portanto, aquelas características básicas de uma personalidade, que são: vontade, inteligência e emoções (sentimentos). No que se refere a essas características encontramos os seguintes suportes bíblicos: vontade – Rm 12.1,2; inteligência – Tg 1.5; e sentimentos – Jo 3.16; Ex 4.14. Esses e outros textos da santa Palavra de Deus revelam essa grande verdade.

    Tratando-se da vontade de Deus, diversos textos bíblicos contemplam o assunto, por exemplo: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” Ap 4.11. “nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” Ef 1.11. “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” Is 46.9,10.

    Olhando a Bíblia como um todo, percebemos que a vontade de Deus contempla duas áreas: A primeira é a que trata de uma vontade geral, que revela que tudo o que existe foi feito porque Ele quis, e que as contingências da  vida acontecem  porque  Deus  quer ou permite que aconteçam. “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” Ap 4.11. “Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai” Mt 10.29. O segundo aspecto da vontade de Deus trata sobre a Sua vontade salvífica, ou seja, de salvar aqueles que Ele mesmo decidiu que seriam salvos, isto na eternidade. “E a vontade do Pai, que me enviou, é esta: que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia.” Jo 6.39.

   Essa vontade ainda se revela de duas formas:  diretiva ou permissiva. A vontade de Deus diretiva: “que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” Is 46.11. A vontade de Deus permissiva: “Ouvindo, pois, Samuel todas as palavras do povo, as repetiu perante o Senhor. Então, o Senhor disse a Samuel: Atende à sua voz e estabelece-lhe um rei...” 1 Sm 8.21,22.

    Precisamos entender também que a vontade de Deus alcança todos os assuntos ligados à vida do homem. “O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo” Sl 103.19.

    Ainda devemos considerar que Deus revelou a Sua vontade para o viver do homem, especialmente para o Seu povo, e essa vontade encontra-se revelada nas Sagradas Escrituras. “Agora, pois, ó Israel, que é que o Senhor requer de ti? Não é que temas o Senhor, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, para guardares os mandamentos do Senhor e os seus estatutos que hoje te ordeno, para o teu bem?” Dt 10.12,13.

    Tratando-se da oração do Pai Nosso, o Senhor Jesus Cristo nos ensinou que devemos pedir a Deus que Ele faça a Sua vontade na terra assim como ela é feita nos Céus pelos seus anjos. Essa petição mostra que devemos humildemente nos submeter à vontade de Deus como os anjos nos Céus se submetem a ela.

   O segredo da felicidade do ser humano aqui na terra bem como na eternidade está em obedecer à vontade de Deus que, segundo Paulo, é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2).   

 

 Pr. Eudes Lopes Cavalcanti