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 A Igreja de Pérgamo (Ap 2.12-17)

      A cidade de Pérgamo, atual Bergama, na Turquia, Ásia Menor, na época era um importante centro religioso e cultural. O nome Pérgamo deriva-se de um material para escrita utilizado por ela devido à escassez de papel oriundo do papiro egípcio. Eles utilizavam o pergaminho (pele de animal curtida) para a escrita, dai o nome Pérgamo. Nessa cidade tinha os templos dos deuses gregos Zeus,  Atena, Dionísio e Asclépio cujo símbolo era uma serpente, o deus da cura. Tinha também templos destinados ao culto dos imperadores romanos Augusto, Trajano e Severo.

   Devido a essa atmosfera espiritual derivada desses cultos, o Senhor Jesus identifica a cidade como o lugar onde Satanás habitava, tinha feito o seu domicilio, ou seja, tinha uma influência poderosa a ponto de controlar quase todos os segmentos dessa importante cidade. A perseguição ao Cristianismo era muito forte na cidade, inclusive já tinha levado um irmão da igreja ao martírio, Antipas, uma fiel testemunha de Jesus.

    O Senhor Jesus se apresenta a essa Igreja como aquele que tinha a espada aguda de dois gumes. “E ao anjo da igreja que está em Pérgamo escreve: Isto diz aquele que tem a espada aguda de dois fios” Ap 2.12. Essa espada representa o poder destruidor de sua palavra para vingar o seu povo pelo sofrimento que estava enfrentando da parte dos idólatras, bem como  para punir aqueles crentes da Igreja que estavam sendo seduzidos pela doutrina de Balaão e pelos ensinos dos Nicolaítas.

   Ao analisar a vida interna da Igreja de Pérgamo, o Senhor a elogia por permanecer fiel aos ensinamentos de Jesus a despeito da perseguição que vinha sofrendo. “Eu sei as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanáshabita” Ap 2.13.  

    Nessa análise o Senhor ainda identifica as fraquezas da Igreja, que era ter dentro dela, inclusive sendo tolerado, um grupo de irmãos que seguiam a doutrina de Balaão e a dos Nicolaítas. “Mas umas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem. Assim, tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu aborreço” Ap 2.14,15. Esse grupo praticava aquilo que era proibido por Deus em sua Palavra: a idolatria e a imoralidade sexual. Esclarecendo melhor a questão, eles se identificavam como seguidores de Cristo, mas participavam das festividades onde eram oferecidas comidas e bebidas aos ídolos bem como onde a prostituição cultual era comum. Esse ensino era, em tese, o mesmo que o profeta Balaão no seu tempo usou para enganar o povo de Deus (Veja Nm 25.1-18; 31.16). Os Nicolaítas esposavam o mesmo ponto de vista dos da doutrina de Balaão, inclusive o uso da fralde para seduzir os irmãos da Igreja.

    Em seguida a análise na vida interna da Igreja, o Senhor Jesus convoca os prevaricadores a se arrependerem dessa prática pecaminosa sob pena de sofrerem a disciplina imposta pelo poder de Sua Palavra. “Arrepende-te, pois; quando não, em breve virei a ti e contra eles batalharei com a espada da minha boca” Ap 2.16.

   Finalmente o Senhor faz uma promessa ao vencedor, como é feita nas outras cartas. “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe” Ap 2.17. O maná escondido se reporta a Cristo como o alimento espiritual verdadeiro que só o que o experimenta são aqueles que são escolhidos por Deus. (Veja Jo 6.48-51). Quanto à pedra branca com um nome desconhecido que só os crentes o conhecem é o precioso nome de Jesus. Essa pedra será entregue somente aos eleitos de Deus, vencedores.           

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti