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A Igreja de Tiatira (Ap 2.18-29)

 

      A cidade de Tiatira era um importante centro comercial da Ásia Menor. Ela estava localizada numa posição estratégica, numa rota comercial entre outras importantes cidades da época. Nela havia uma fortíssima associação comercial que para fazer parte dela as empresas comerciais e industriais tinham que se comprometer com a religião dominante na cidade, que era a do culto aos deuses gregos.

    Nessa cidade, a Igreja que talvez tenha sido fundada por Lídia, vendedora de purpura, convertida através do ministério de Paulo, era muito forte e foi elogiada por Jesus, por causa do seu amor por Ele e pelos irmãos na fé, pelo seu serviço, pela sua fé e pela sua paciência, virtudes essas abundantes naquele ministério.

    O Senhor Jesus se apresenta aquela igreja como o Filho de Deus, como aquele que tinha os olhos como chamas de fogo e os pés semelhantes ao latão polido. “E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao latão reluzente” Ap 2.18.  Tudo indica que naquela igreja, apesar de suas virtudes, tinha um segmento de pessoas que não acreditava que Jesus fosse o Filho de Deus, e como consequência não tinha consciência de que Jesus, com o seu olhar penetrante, conhecia tudo o que se passava dentro dela. Os seus pés semelhantes ao latão reluzente fala sobre a sua autoridade, o seu domínio, onde tudo se encontra aos seus pés, fala também de sua autoridade para julgar.

    Na análise da vida interna da Igreja, depois de falar das suas grandes virtudes, o Senhor Jesus revela que na Igreja havia uma mulher que Ele chamou de Jezabel, que se dizia profetisa, e que era tolerada, e que ensinava e enganava aos crentes que contextualizar-se com a sociedade da época, ou seja, praticar a imoralidade sexual e comer das coisas sacrificadas aos ídolos, não era nenhum mal aos olhos de Deus.

   Em seguida, o Senhor Jesus faz uma pesada advertência a Igreja, chamando a profetisa Jezabel e aos crentes faltosos ao arrependimento sob pena de feri-los com enfermidade e morte. “E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se arrependeu. Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda as mentes e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras” Ap 2.21-23. A punição aos crentes faltosos serviria para mostrar que Deus é o justo Juiz e que retribui a cada um segundo as suas obras. Jesus ainda censura outro ensinamento de Jezabel que era que os irmãos deveriam conhecer as profundezas de Satanás para poder combatê-lo. “Mas eu vos digo a vós e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei” Ap 2.24.

   Quanto à promessa que é feita a Igreja, Jesus disse que ao vencedor seria dado poder sobre as nações e que ele a governaria com vara de ferro e que também lhe daria a brilhante estrela da manhã. “E ao que vencer e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, e com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai, dar-lhe-ei a estrela da manhã” Ap 2.26-28. Com essa linguagem simbólica Jesus queria dizer que os crentes vencedores teriam autoridade para subjugar as cidadelas do mal e que tudo estaria sob os seus pés, através da autoridade delegada por Cristo a Igreja. Quanto a brilhante estrela da manhã, essa expressão simbólica refere-se a Cristo “Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da manhã” Ap 22.16, e a glória real comunicada por Ele à Igreja, considerando que ela é a comunidade composta de reis e sacerdotes. “e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém!” Ap 1.6.        

                                     Pr. Eudes Lopes Cavalcanti