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Uma panorâmica sobre  Crônicas

 

      Os livros de 1ª e 2ª Crônicas contam a história do povo de Israel no período dos reis,  do ponto de vista sacerdotal, enquanto os livros de 1º e 2º Reis contam a história desse mesmo período na perspectiva profética, é por isso que 1ª Crônicas se ocupa nos primeiros oito capítulos com genealogias, inclusive,  dos levitas e das tribos de Israel. Também esse livro não enfoca o grave pecado de adultério de Davi com Bate-Seba bem como o assassinato de seu esposo Urias, um dos heróis do exército de Israel, enquanto o livro de 2º Samuel os pinta com cores fortes.

     O livro 1ª Crônicas apresenta em seu primeiro capitulo a genealogia dos primórdios da raça humana indo de Adão a Noé e depois continua com a genealogia de Sem, filho de Noé,  até Abraão e a genealogia de Abraão bem como a de Jacó (os seus doze filhos formaram as doze tribos de Israel). As genealogias são afuniladas com a genealogia de Judá e de Davi, descendente de Judá, o rei  teocrático. Também o livro apresenta a genealogia de Davi, os reis seus sucessores, inclusive, os seus descentes no exilio.

    Outra genealogia importante enfocada nesse livro é a de Levi (filho de Jacó), tribo sacerdotal. Nessa genealogia há uma bifurcação sendo uma a dos levitas e a outros dos principais sacerdotes (é bom lembrar que todo o sacerdote israelita era levita, mas nem todo o levita era sacerdote, só os da casa de Arão).

     O livro em questão, no capitulo 10, faz uma retrospectiva da morte de Saul e de seus filhos no monte Gilboa, na batalha contra os filisteus, e revela porque Deus o puniu com uma morte prematura (não obedeceu a Palavra do Senhor, não o buscou em suas aflições, e por ter consultada uma necromante) 1 Cr 10.13,14.

     Em seguida o livro começa a falar sobre o rei Davi, de sua unção como líder da nação israelita, dos seus guerreiros e dos seus aliados. Depois o livro trata da arca da aliança que estava em Quiriate-Jearim e do seu transporte para a cidade de Jerusalém e do grave incidente ocorrido, em que um jovem chamado Uzá foi fulminado porque segurou a arca quando ela era transportada num carro de bois. Interpretando o incidente, podemos observar que houve um grave erro no episódio do transporte da arca. A arca só podia ser transportada nos seus varais que eram enfiados nas argolas de suas laterais  pelos levitas, filhos de Coate, um dos filhos de Levi. Também ninguém poderia tocar na arca a não ser esses homens escolhidos por Deus. (1ª Cr 15.2,15).

     Quando do transporte da arca, agora de uma forma correta, Davi ia louvando e dançando diante do Senhor, e Mical, filha de Saul, sua mulher, o desprezou porque ele dançava no cortejo. Por causa disso Mical, punida por Deus, tornou-se infértil, por ter zombado do seu marido. 

     Depois o livro trata do desejo de Davi de construir um templo para acomodar a arca do Senhor, símbolo da presença do Deus Altíssimo no meio do povo de Israel, mas Deus não permitiu porque Davi tinha feito muitas guerras e tinha derramado muito sangue nelas, cabendo essa honra a Salomão um dos seus filhos gerado de Bate-Seba, que tinha se tornado sua esposa, após a morte de seu marido Urias. 

     O livro ainda relata o pecado de Davi por ter recenseado Israel sem autorização divina bem como a punição dada por Deus pelo erro daquele rei.

     Em relação à construção do templo, o livro informa que Davi preparou todo o material necessário para esse grande empreendimento bem como o projeto de construção do mesmo em seus detalhes. Depois o livro detalha a organização feita por Davi dos diversos ministérios que iriam operar quando o templo fosse construído (as turmas dos guardas do templo, dos cantores, dos porteiros, dos turnos dos sacerdotes, assim por diante).

    No final de seu ministério, relata o livro, que Davi aconselha a Salomão de como deveria se relacionar com o Deus verdadeiro: “E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-o de coração integro e espirito voluntário, porque o Senhor examina todos os corações, e conhece todas as intenções da mente...” 1 Cr 28.9.

     Depois o livro mostra a última oração feita por aquele ilustre homem de Deus, e relata a sua morte: “Ele morreu em boa   velhice,      com  vida  longa,  riquezas  e  honra...”  1 Cr 29.28.    

 

 Pr. Eudes Lopes Cavalcanti