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  Introduzindo o Novo Testamento

    No boletim passado fizemos uma síntese do período entre o Antigo e o Novo Testamento, informando sobre as instituições e outros assuntos que surgiram nesse período e que estavam em plena utilização quando do período do Novo Testamento.

   Neste artigo iremos dar uma visão panorâmica sobre o Novo Testamento, e depois iremos tratar de cada livro individualmente.

   O Novo Testamento tem o seu nome devido ao enfoque principal nele de uma nova aliança estabelecida com Deus, através de nosso Senhor Jesus Cristo.  Todo o Novo Testamento foi escrito na língua grega popular da época (grego Koiné).

   Essa parte da Bíblia Sagrada contém vinte e sete livros, classificados da seguinte maneira: Os Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João. Os três primeiros são chamados de Sinóticos, devido os seus relatos ser similares. Esses evangelhos tratam da biografia de nosso Senhor Jesus Cristo, e para termos um relato histórico completo da vida de nosso Senhor devem ser harmonizados uns com os outros. O ponto principal dos relatos dos Evangelhos é a morte e a ressurreição de nosso Senhor. Os Evangelhos falam ainda do irrompimento do Reino de Deus no mundo através de Jesus de Nazaré.

   Depois dos Evangelhos encontramos o livro histórico do Novo Testamento, Atos dos Apóstolos, que relata o início da história da Igreja na sua expressão local e a sua expansão em Israel e em terras gentílicas. Dois personagens ocupam papel de destaque nesse livro, que são Pedro e Paulo.

   Em seguida encontramos as treze cartas escritas pelo apóstolo Paulo, chamadas de epístolas paulinas (Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito e Filemom).  Dessas cartas, nove foram escritas a Igrejas e quatro a pastores, dai essas últimas serem chamadas de epístolas pastorais, e as outras epistolas à Igreja em Roma, em Corinto, na Galácia, em Éfeso, etc..  Paulo em suas Cartas estrutura o Cristianismo, dando-lhe um corpo doutrinário conforme a vontade e a inspiração do Espirito Santo. Das cartas paulinas, as que enfocam mais os problemas do dia a dia de uma Igreja são as duas cartas aos Coríntios.

    Depois das cartas paulinas encontramos a carta aos Hebreus cujo autor não é identificado no livro, e que trata da supremacia de Cristo e do novo concerto sobre as instituições, personagens e oferendas do culto israelita e do concerto antigo.

   Em seguida encontramos as epístolas gerais ou universais escritas por Tiago, o irmão do Senhor  (Tiago) Pedro (1 e 2 Pedro), Joao (1, 2 e 3 João),  e Judas (Judas).  Essas epístolas são chamadas de epístolas gerais porque não foi destinadas a alguma comunidade cristã da época e sim ao povo de Deus em geral. O enfoque de Tiago é a questão das boas obras como prova evidente da salvação. Pedro escreveu para fortalecer os crentes espalhados no império romano que sofriam perseguição por causa do Evangelho. João escreveu para combater uma perigosa heresia que surgira no meio da Igreja, o gnosticismo que negava a deidade de nosso Senhor Jesus Cristo. Judas escreveu para advertir a Igreja sobre os falsos mestres que pululavam pelas Igrejas da época ensinando coisas erradas não condizentes com a doutrina cristã.

    Por fim encontramos o livro do Apocalipse que foi uma mensagem entregue por Jesus a João Evangelista visando fortalecer a Igreja que sofria nas mãos do império romano. Esse livro em seu estilo literário é diferente dos outros livros do Novo Testamento, pois a sua mensagem foi entregue usando uma linguagem simbólica, com visões, com uso da numerologia, figuras de linguagem, etc. Nesse livro encontramos uma parte epistolar nas sete cartas destinadas pelo Senhor as sete Igrejas da Ásia Menor da época. Esse livro delineia o futuro da Igreja e do mundo todo. Fala também da consumação de todas as coisas, da felicidade dos justos e da punição dos ímpios.  

                  Pr. Eudes Lopes Cavalcanti