Sem humildade não há verdadeira adoração
(Ler Mateus 23.12)
Conta-se que um jovem seminarista depois que começou a estudar num seminário teológico, aquela era a primeira vez que era convidado para pregar e, ele tinha certeza que ia ser uma bênção, pois havia se preparado suficientemente. Encostou a Bíblia no peito e caminhou até o púlpito feito um general. No entanto, sua pregação foi um fiasco. Parecia até que Deus o havia deixado sozinho, desamparado, lá na frente de todo mundo. Saiu de cabeça baixa e só foi até a porta da frente cumprimentar os irmãos porque o pastor da igreja insistiu com ele. Ele não conseguia entender o que havia saído de errado, até que um senhor idoso abraçou-o e cochichou em seu ouvido: - Se você tivesse entrado do jeito que saiu, teria saído do jeito que entrou. Como diz o versículo que acabamos de ler: “Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado”.
Pois bem, depois de ler esta ilustração, eu fiquei meditando o quanto o orgulho nos é prejudicial. Chegando até a impedir as bênçãos de Deus nas nossas vidas. Não existe pecadinho e pecadão. O que faz diferenciar um do outro são as suas consequências. E o pecado do orgulho pode ser classificado entre os piores que existem, pois ele deixa aquele que o pratica no mais completo estado antiDeus. Enquanto eu lia sobre o orgulho, eu ficava cada vez mais horrorizada. Porque analisando bem, o orgulho é um sentimento muito mesquinho, pequeno. Ele é competidor. Ele não sente prazer em possuir algo, mas sim, em possuir mais do que o próximo. É a comparação que nos torna orgulhosos: o prazer de estar acima dos outros. Se não existir a competição, o orgulho desaparece. Por causa do orgulho pessoas desprezam, humilham e oprimem seus semelhantes. O orgulho é o tipo de pecado mencionado com bastante frequência na Bíblia. E todas as menções indicam que Deus o abomina. Foi o pecado do orgulho que transformou Lúcifer, no Satanás, no diabo, no pai da mentira, aquele para qual o próprio inferno foi criado. O anjo Lúcifer era um querubim ungido de Deus, o próprio “modelo de perfeição, cheio de sabedoria e de perfeita beleza.” Mas ele queria ser Deus, ou quem sabe, melhor do que Deus. E nele nasceu o orgulho: Em Isaias 14.13,14 diz assim; “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do norte. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo”. Por isso o orgulho é tão terrível diante dos olhos de Deus e é condenado por Ele desde sua menor raiz. E esse sentimento de orgulho é um grande causador de confusão, de contenda, mágoas, brigas, discussões, divisão etc. Foi o pecado do orgulho que primeiro levou Eva a comer do fruto proibido. Em Gênesis 3.5, lemos: “Disse a serpente à mulher:” Certamente não morrerão! Deus sabe que no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecedores do bem e do mal”. E o diabo, ao dizer isto: ele abriu um buraco no coração de Eva, e ela sentiu-se a mais infeliz e ultrajada das criaturas no Paraíso. Agora, ela queria ser mais que uma criatura, ela queria ser igual ao Criador.
Todo trabalho de Deus no homem é para fazê-lo menos orgulhoso. E o homem orgulhoso é o que tem o ego lá em cima, acha que é o dono da situação, que tudo depende dele e não permite que Cristo cresça em sua vida. Além disso, o cristão quando é orgulhoso envergonha o nome de Cristo, porque isto contraria tudo o que Jesus ensinou, que foi a humildade. E é muito fácil a gente ver o pecado do orgulho nas nossas vidas: “Quando não aceitamos a exortação de nossos pastores, e até mesmo dos nossos líderes; Quando achamos que sempre estamos certos; Quando não damos ouvido às outras pessoas; Quando achamos que somos melhores do que alguém; Quando achamos que somos dignos de receber alguma glória e louvor; Quando achamos que a obra que executamos está tendo sucesso pela nossa capacidade. Mas nada que realizamos nesse mundo seria possível se não fosse o Senhor nos capacitando e nos orientando. Por isso toda honra e toda glória seja dada a Ele, ao Rei dos reis, Senhor dos Senhores.
Ter orgulho de algo que lutamos e alcançamos é natural. Por exemplo: uma vaga na universidade, uma promoção no trabalho, passar no concurso e sucesso profissional. Tudo isso é o resultado de nossas conquistas pessoais. Mas quando o orgulho é egoísta e é sinônimo de ostentação, arrogância e soberba; Deus abomina. O homem orgulhoso sempre olha de cima para baixo para as outras pessoas e coisas: e é claro que fazendo assim, não pode enxergar o que está acima de si. Por isso não pode conhecer a Deus. Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes (Tiago 4.6). O orgulho não deixa as pessoas reconhecerem que, se tem algo de bom, não é pelo seu próprio mérito, mas sim pela misericórdia divina. O orgulho nos leva a crer que somos mais fortes do que na verdade somos. Orgulho é uma coisa que vaza por cima. Ele nos põe num pedestal alto demais e depois tira a escada. E a queda é grande. Mas Glória a Deus que em contraste com o orgulho e a presunção de Satanás, Jesus não só ensinou sobre a humildade, mas sua vida refletia isto, em cada uma das suas atitudes. Dia a dia, Ele mostrava que o orgulho não fazia parte do seu caráter. Embora não fossem merecedores, Jesus lavou os pés dos seus discípulos na noite da ceia. Outra prova de humildade foi a sua terrível morte na cruz. Na época de Jesus, a morte de cruz era uma das piores e mais humilhantes tipos de morte existente. Imagine, o Filho de Deus se submetendo aos seus algozes, apanhando, levando chutes, socos, chicotadas e tendo sua cabeça furada por uma coroa de espinhos? É difícil compreendermos isto, mas entendemos que foi uma das grandes, ou então , a maior prova de humildade de Jesus. E em Filipenses 2.6-8 diz assim: “Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, Ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte. – morte de cruz”.
E para finalizar eu queria dizer o seguinte: que devemos viver uma vida de humildade, segundo os ensinamentos de Cristo, e lembrando sempre que sem humildade não há verdadeira adoração. Por isso, dedique um bom tempo de sua oração pedindo a Deus um caráter livre do orgulho, derrame-se aos pés do Pai e peça para Ele te curar de qualquer tipo de soberba, assim como Ele curou Naamã , que para ser curado de sua lepra teve seu orgulho ferido. Seu poder, seu dinheiro, sua posição social não podiam curá-lo nem influenciar quem quer que fosse para curá-lo. Mas quando se colocou diante de Deus como necessitado de Deus e se despojou de toda pompa e riqueza, Deus o abençoou. Quando o orgulho foi dissipado o milagre aconteceu. Assim se fará em nossas vidas quando largamos todo orgulho e com o coração quebrantado e contrito nos aproximarmos de Deus. Amém!
Que Deus nos abençoe!
Irmã Valda