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  Uma panorâmica sobre Filipenses

   

   A Igreja de Filipos fora fundada por Paulo em sua segunda viagem missionária. Três acontecimentos registrados em Atos dos Apóstolos são marcos na fundação dessa Igreja. Um foi a conversão de Lídia à beira de um rio, o outro foi a libertação de uma jovem que tinha um espirito de adivinhação, e o outro foi a conversão do carcereiro de Filipos na própria prisão que comandava. O trabalho de Paulo começara naquela cidade em obediência a uma visão que tivera. “E Paulo teve de noite uma visão, em que se apresentou um varão da Macedônia, e lhe rogou, dizendo; Passa a Macedônia, e ajuda-nos” At 16.9.

     Paulo ao longo de seu ministério teve um estreito relacionamento com essa Igreja. Ela o ajudou muito  em seu ministério apostólico. A carta escrita por Paulo aos Filipenses expressa a sua gratidão pela assistência pecuniária dada pela Igreja a ele.

    Paulo escreveu Filipenses quando estava prisioneiro, provavelmente em Roma, nos idos de 61 ou 62 d.C. Nessa carta não encontramos nenhuma censura a Igreja por problemas quaisquer, mas antes ações de graças. Alguém chamou essa carta de epístola da alegria.

    Fazendo uma análise do todo da epístola aos Filipenses, podemos observar: 1) Identificação dos remetentes, Paulo e Timóteo bem como os destinatários, Bispos e Diáconos (1.1,2); 2) Uma oração com ações de graças pela vida dos filipenses. Nessa oração Paulo enfatiza o fervor com que os filipenses receberam a mensagem do Evangelho e manifesta a sua confiança de que Deus que começou a obra em Filipos a completará, e agradece a Deus pela ajuda dos filipenses quando estava aprisionado (1.3-11); 3) Em seguida Paulo informa aos filipenses sobre o efeito benéfico do seu cativeiro. A prisão de Paulo fora divulgada por toda a guarda pretoriana, a guarda pessoal do imperador romano e estava dando um novo ânimo aos irmãos para a pregação do Evangelho em Roma (1.12-26); 4) Depois Paulo faz alguma exortações a Igreja no que refere a se manterem unidos no Espírito, fieis na fé em Cristo não temendo as perseguições por causa do Evangelho, inclusive revelando Paulo que sofrer por Cristo é a vocação da Igreja. “Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele” Fp 1.29 (1.27-2.18); 5) Em seguida Paulo revela a Igreja os seus projetos pessoais no que se refere a ela: o envio de Timóteo, a devoção de Epafrodito e sua ida a Filipos após a sua libertação que se estava configurando (2.19-30; 6) Paulo também faz algumas exortações  tratando da alegria da humildade cristã, da vida de oração, da paz e da dignidade da profissão da fé cristã. Nessa exortação final, Paulo cita a sua abnegação pela causa de Cristo e convida aqueles irmãos a seguirem o seu exemplo como cristão e ministro do Evangelho.  Ainda nessa exortação Paulo adverte a duas irmãs Evódia e Síntique a acabarem a discórdia que existia entre elas, pelo bem da paz e da unidade da Igreja (3.1-4.9); 7) Depois Paulo expressa a sua gratidão pelos donativos enviados a ele pelos filipenses (4.10-20); 8) E termina a sua carta com saudações cristãs e com a ministração da benção sobre a comunidade (4.21-23).

     Merece destaque nessa carta o hino cristológico que Paulo elabora quando cita Cristo como exemplo de humildade, que deve servir para toda a Igreja (5-11). Nesse hino Paulo fala do Cristo  pré-existente (sempre existiu como eterno Filho de Deus), do esvaziamento da glória que lhe era peculiar, da sua encarnação, assumindo uma natureza humana limitada, da sua morte ignominiosa  na cruz do Calvário (o Estado de Humilhação de Cristo) . Em seguida, nesse hino, Paulo fala do Estado de Exaltação de Cristo, quando lhe foi dado pelo Pai celestial um nome que está acima de todo outro nome quer nos céus quer na terra, e que toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai, falando do Cristo Senhor soberano do universo e da Igreja.

                    Pr. Eudes Lopes Cavalcanti