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Uma panorâmica sobre 1ª Timóteo      

     O apostolo Paulo escreveu treze cartas que se encontram no Novo Testamento. Nove delas foram destinadas à igrejas e quatro à obreiros, companheiros seus no ministério da Palavra. As quatro cartas a obreiros são chamadas de cartas pastorais, sendo a primeira delas destinada a Timóteo.

    Paulo escreveu a primeira carta a Timóteo após sua soltura da prisão em Roma, depois dos relatos do último capítulo de Atos dos Apóstolos, isto em 65 d.C.

   Timóteo, na época, pastoreava a igreja de Éfeso e parece que se encontrava desanimado, com dificuldades com maus obreiros opositores seus na igreja.

   Descobrimos lendo a carta que Paulo tinha em mente três propósitos ao escrevê-la, a seguir identificados: 1) Exortar a Timóteo a respeito do seu ministério e da sua vida pessoal; 2) Exortar a Timóteo a ser intransigente na defesa da fé cristã e de seus valores e refutar o ensino errado feito por mestres na igreja; 3) Fornecer instruções a Timóteo para tratamento de diversos problemas na igreja.

    Essa carta tem as seguintes características especiais: 1) É uma carta destinada diretamente a Timóteo como pastor da igreja de Éfeso, daí ser uma carta escrita com um profundo sentimento pessoal; 2) Esta carta, junto com a 2ª Timóteo, ressalta mais do que qualquer outra do Novo Testamento a responsabilidade pastoral de manter a pureza do Evangelho expurgando os falsos ensinos que enfraquecem o poder da mensagem salvífica; 3) Ela enfatiza o valor supremo do Evangelho bem como a influência maléfica que tenta corrompê-lo. Enfatiza ainda a santa vocação da igreja e o perfil que Deus requer dos seus obreiros; 4) Fornece orientações especificas sobre o correto relacionamento do obreiro com os diversos segmentos dentro da igreja.

       No Esboço de 1ª Timóteo, encontramos: A introdução da carta ocupa todo o capitulo primeiro (1.1-20). Depois Paulo dá instruções a Timóteo acerca do ministério pastoral, enfatizando o valor da oração, a conduta apropriada das mulheres e as qualificações dos oficiais da igreja (2.1-45). Depois Paulo dá instruções a Timóteo sobre o desenvolvimento do seu ministério pessoal. (4.6-6.19). Paulo conclui essa carta alertando aquele obreiro sobre a necessidade de guardar o  depósito que lhe fora confiado e a afastar-se da oposição da falsa ciência.

    Merece destaque nessa carta a questão da prática da oração perseverante que deve ser feita pela igreja em favor de todos os homens, especialmente daqueles que ocupam posição de autoridade. “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” 1 Tm 2.1-4. Outro destaque da carta é a alta exigência da qualificação de bispos e diáconos para o exercício de seus ministérios: “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?); não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo. Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo. 1 Tm 3.2-7. “Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, guardando o mistério da fé em uma pura consciência. E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis”. “Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas. Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus”. 1 Tm 3.8-10, 12,13.                       

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti