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Focando a Doutrina Cristã

Soteriologia (VII)

Calvinismo x Arminianismo

        João Calvino, um dos expoentes da reforma protestante em suas Institutas enfatizou a doutrina da predestinação, afirmando que o ser humano só pode usufruir da salvação eterna dispensada pelos méritos de Cristo se tiver sido predestinado para tal. “... e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna” At 13.48. Calvino ensinava que essa predestinação era baseada unicamente na livre graça de Deus, independente de qualquer ato ou fé previsto do pecador que viesse a torná-lo agradável a Deus. “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” Ef 1.11. Ensinava Calvino ainda que o pecado inabilitou completamente o homem e por isso ele é totalmente incapaz de se aproximar de Deus se o Espírito Santo o não regenerar primeiro. “E continuou: Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai lhe não for concedido” Jo 6.65. “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer...” Jo 6.44,45.

      Jacob Arminius, teólogo holandês, discordando de Calvino, ensinava que o pecado não inabilitou o homem totalmente e sim que ele ainda conservava a faculdade de por si mesmo, independente da ação divina, de dá resposta ao evangelho de Cristo. Queria dizer Arminius que o homem colaborava com a sua salvação, pois, ele tinha o livre arbítrio de aceitar ou de rejeitar a obra redentora de Cristo. Afirmava ainda Arminius que a salvação uma vez recebida poderia ser perdida se o indivíduo não perseverasse na fé.

      No Sínodo de Dort (Dordrecht), Holanda  (1618-1619), o arminianismo foi condenado como herético e os reformadores elaboraram os cinco pontos do calvinismo que tratam do assunto da salvação, o que veremos no próximo boletim.

                                Eudes Lopes Cavalcanti