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DEVOTOS DE CRISTO 

        Pregamos na nossa Igreja, em 06/12/2009, uma mensagem intitulada “O que Jesus é para a Igreja”. Na introdução falamos sobre o Senhor Jesus dizendo que ele é o ponto central da revelação especial de Deus (a que é feita através das Sagradas Escrituras) e que tudo gira em torno dele. “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” Rm 11.36. “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele”. Cl 1.16,17. Dissemos da Igreja que ela é uma instituição divina, o povo especial de Deus, eleito na eternidade para a salvação etc. “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” 1 Pe 2.9. Em seguida, no desdobramento do sermão, dissemos o que Jesus é para a Igreja: 1) O seu Deus; 2) O seu Redentor; 3) O seu Senhor; 4) O seu Provedor; 5) O seu Modelo. Procuramos na exposição das Sagradas Escrituras exaltar a pessoa do Senhor Jesus, o Seu caráter, os Seus atributos e a obra realizada por Ele para redimir o homem da perdição eterna.

       Nesta reflexão queremos enfatizar a necessidade de todos aqueles que professam o nome de Jesus, que declaram ser crentes, a procurarem intensificar a sua devoção a Cristo, a serem verdadeiros devotos de Cristo. Mas o que é uma pessoa devota, perguntaria alguém? Um devoto é uma pessoa dedicada, devotada, consagrada a uma causa ou a alguém. Podemos observar mais essa questão no exemplo dos devotos católicos, aquelas pessoas que vivem intensamente a devoção a um “santo” qualquer. Vão à missa diariamente, reverenciam, fazem votos, fazem petições, confessam abertamente a fé no objeto da sua devoção.

    O crente não é devoto de nenhum desses que são chamados de santos pela Igreja Romana, seja lá quem for, inclusive os personagens bíblicos do Novo Testamento tais como Pedro, Paulo, João, Estevão etc. A devoção do crente é exclusivamente a Cristo, o seu Deus, Redentor, Senhor, Provedor e Modelo. À Cristo o verdadeiro crente adora, serve, submete-se ao Seu senhorio, se envolve em Sua obra e segue o Seu exemplo.

     Mas será que a Igreja, nós que professamos o nome de Jesus, está de fato sendo devota de Cristo? No livro de Apocalipse, na carta endereçada a Igreja de Éfeso (Ap 2.1-7) o Senhor Jesus queixou-se daquela Igreja pelo fato dela ter perdido a sua devoção a Ele. “Tenho, porém, contra ti que deixastes o teu primeiro amor”. Aquela Igreja tinha muita coisa boa dentro dela. Era uma igreja virtuosa, fiel a doutrina apostólica, evangelizava, se esforçava na execução da obra do Senhor e era zelosa na área da santidade, mas tinha perdido o seu ardor por Cristo, o seu primeiro amor, a sua devoção ao Salvador e isso o Senhor não podia tolerar. O Senhor a advertiu a   voltar ao primeiro amor. “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” Ap 2.5.

     Amados irmãos nós o povo de Deus, a Igreja, somos um povo especial no programa eterno de Deus. Fomos comprados por bom preço para sermos de Jesus Cristo. Somos uma propriedade exclusiva de Deus. Não pertencemos mais a este mundo, dele fomos espiritualmente removidos e habitamos com Cristo e em Cristo nas regiões celestes. “E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” Ef 2.6.

     Assim sendo queridos irmãos, procuremos viver como devotos de Cristo, como pessoas que vivem intensamente aquilo que dizemos ser. Consagremos, portanto, o nosso tempo, a nossa vida e os nossos bens Àquele que é a razão maior de nossa existência neste mundo e na eternidade - Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor.         

Rev. Eudes Lopes Cavalcanti

Pastor Titular da III IEC/JPA