Tamanho da letra:

 

    Creio em Jesus Cristo, Único Filho de Deus

 

Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual  foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.

   Depois de professar a crença em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do Céu e da terra, o Credo Apostólico professa a crença em Jesus Cristo, e sobre isso iremos dissertar sucintamente neste boletim.

 

  O Credo Apostólico professa a crença em Jesus como o único Filho de Deus. “Creio em Jesus Cristo, seu único Filho”. Evidentemente que a filiação por adoção que contempla aqueles que creem em Jesus Cristo não está sendo levada em consideração nessa confissão.

  No estudo da Trindade encontramos que o Pai gerou o Filho, e que o Filho foi gerado pelo Pai, o que já vimos no boletim passado. A sentença do Credo nos fala da exclusividade do Filho. Ele é o único Ser gerado pelo Pai eterno. “Recitarei o decreto: O Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” Sl 2.7.  Essa confissão nos ensina que o Filho é da mesma essência do Pai, e possuidor dos mesmos atributos, que o Filho é Deus. O próprio Pai declarou em duas ocasiões de forma audível que o Filho goza dessa exclusividade. Uma foi por ocasião do batismo de Jesus por João Batista. “E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” Mt 3.17. A outra ocasião foi quando da transfiguração de Cristo relatada pelos evangelhos sinóticos.  “E, desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu filho amado; a ele ouvi”. Mc 9.7. (Mt 17.5; Lc 9.34,35).

     O próprio Filho de Deus tinha consciência dessa exclusividade (único Filho). Em diversas ocasiões Ele fez referência a esse assunto. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” Jo 3.16. (Unigênito segundo o Dicionário quer dizer “aquele que é o único ser gerado”). “Quem crê nele não é condenado, mas quem não crê já está condenado; porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus” Jo 3.18. O apóstolo João em seus escritos revelou que o Senhor Jesus era possuidor dessa exclusividade, pois o vemos declarar: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” Jo 1.14. “Nisto se manifestou a caridade de Deus para conosco; que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos” 1 Jo 4.9. João Batista também cria nessa verdade, pois o vemos declarar de forma enfática o seguinte: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho Unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer”.  

    Paulo e o escritor aos Hebreus trataram também do assunto, mas empregaram o termo “primogênito”, que quer dizer em relação a Cristo a mesma coisa (unigênito). “O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” Cl 1.15. “E quando outra vez introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” Hb 1.6.

    Essa unigenitura faz de Jesus o herdeiro de todas as coisas, segundo Hebreus (1.2): “A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo”. “tudo foi criado por ele e par ele”, disse Paulo. (Cl 1.16).

    Por causa dessa exclusividade os autores do N.T. se referiam a Cristo como o primeiro em tudo. Ele é chamado de o primogênito dentre os mortos (Cl 1.18; Ap 1.5), o primeiro a ressuscitar com um corpo glorificado, estabelecendo assim o padrão da ressurreição dos crentes falecidos (Fp 3.20,21).

    Esse assunto tem implicação na vida da Igreja que vê Jesus como o Filho Unigênito de Deus que em tudo tem a primazia. A Igreja ainda o vê como Deus Filho, coigual e coeterno com o Pai, possuidor da mesma essência do Pai que o gerou e também possuidor de todos os atributos da Deidade. “Por dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória pois a ele eternamente” Rm 11.36.              

 

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti