No capítulo 18 do Evangelho de Lucas encontramos uma parábola de Jesus sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer. Jesus não somente falou sobre a oração, mas também viveu uma vida onde a oração era uma constante, prestando-se assim o Senhor como um precioso exemplo para nós, os que professamos a fé nEle. Por que Jesus orava tanto se Ele era o Filho de Deus? Respondendo a essa questão precisamos entender que mesmo Jesus sendo Deus, era também um ser humano como nós, exceto na questão do pecado, pois Ele não os tinha nem fora contaminado por ele. Lembremo-nos de que Ele se esvaziou de Sua glória, quando encarnou, assumiu uma natureza humana perfeita, mas com todas as suas fragilidades, exceto no tocante ao pecado, como dito. Se o Filho de Deus humanizado, tendo uma natureza humana perfeita, precisou viver em oração, quanto mais nós. Em muitas passagens dos evangelhos encontramos as informações sobre a vida de oração de Jesus. Numa perspectiva humana, a oração era vital para a vida e ministério do Senhor Jesus. Começou o seu ministério orando e em resposta foi ungido pelo Espírito Santo que desceu sobre Ele em forma corpórea (uma pombinha). Orou durante a execução do Seu ministério e a sua vida terminou aqui neste mundo com uma oração: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”.
Há no ser humano, no íntimo do seu ser, um indisfarçável desejo de viver para sempre. A morte é uma experiencia não desejada pela pessoa em seu perfeito estado mental. A prova cabal disso é que, por mais difícil que seja a vida, por mais dolorosa, por mais ingrata que seja, ninguém quer deixá-la. A mais profundo aspiração do ser humano é ser imortal, isto é, perpetuar-se no tempo e no espaço.
Elias fora um dos poderosos profetas do Senhor que ministrou no período do reino dividido, na época de Acabe, rei de Israel, segundo as Escrituras do Antigo Testamento. Através dele Deus realizou diversos milagres no meio do Seu povo. A ação mais contundente de Elias foi quando desafiou os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, que comiam da mesa de Jezabel, esposa de Acabe. No desafio, que é relatado no livro de Reis (1 Rs 18.22-40), Deus, em resposta a oração de Elias, fez descer fogo do céu para consumir o holocausto preparado pelo profeta Elias, enquanto os profetas de Baal foram envergonhados porque invocaram seu deus e não houvera resposta. Elias os desafiara dizendo que o deus que respondesse com fogo esse era o verdadeiro Deus. Vencido o desafio, Elias mandou que os profetas de Baal fossem destruídos porque estavam servindo de tropeço ao povo da promessa, envolvendo-o na idolatria que tanto ofendia a Deus.
Deus por graça e misericórdia revelou-se as suas criaturas através da natureza e através das Sagradas Escrituras. A primeira revelação é chamada de Revelação Geral e a segunda de Revelação Especial. Na Revelação Geral Deus revelou-se como o Deus Todo-poderoso, como o Criador de todas as coisas, tanto as visíveis quanto as invisíveis. Na Revelação Especial Deus revelou o Seu ser, o Seu caráter, os Seus atributos e a Sua vontade. Revelou ainda Deus nas Sagradas Escrituras o seu programa redentor através do Seu Filho Jesus Cristo.
No evangelho de Mateus (Mt 14.22-33) encontramos o registro de um fato que esse evangelista detalha mais do que Marcos e João (Lucas omite o fato todo), detalhe esse que é o objeto da nossa reflexão, e que tem trazido para o povo de Deus, através dos séculos, uma extraordinária lição.
O Senhor Jesus Cristo ordenou aos seus discípulos, num determinado momento de seu ministério, que passassem para a outra margem do Mar da Galiléia, enquanto despedia a multidão, para a qual tinha realizado o primeiro milagre da multiplicação de pães e peixes.
Quando o barco se encontrava enfrentando dificuldade no meio do mar, o Senhor veio ao encontro deles andando sobre as ondas. Ao presenciarem aquele inusitado fato gritaram os discípulos assustados pensando tratasse de um fantasma. Ao perceber o Senhor, que a superstição invadira os seus corações, de imediato falou-lhes dizendo: “... sou eu, não temais”. Ao ouvir a voz do Senhor, Pedro disse: “Se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas”. Ao que respondeu o Senhor: “Vem”. E Pedro, descendo do barco andou sobre as águas para ir ter com Jesus.